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Crítica drama

Sentimentalismo e clichês arruínam filme com Zac Efron

Debilidade dos diálogos e atuações, além de várias cenas melosas de idílio, estragam adaptação de livro de Sparks

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O escritor Nicholas Sparks produz dramas românticos em série, invariavelmente marcados pelo excesso de sentimentalismo. Adaptadas para o cinema, essas histórias resultam em filmes pré-fabricados, cheios de clichês, como demonstram "Querido John" (2010) e "Noites de Tormenta" (2008), entre outros.

A presença de Zac Efron encabeçando o elenco indica as reais intenções do filme: embalar os devaneios de garotas adolescentes. A tarefa é fácil, pois o galã nem precisa ser convincente: basta aparecer com o torso nu.

Efron é Logan Thibault, sargento da Marinha que volta traumatizado de uma missão no Iraque, onde escapa miraculosamente da morte depois de encontrar a foto de uma jovem em pleno campo de batalha. Como atribui sua sobrevivência ao achado, que converte em amuleto, Logan resolve procurar a loira desconhecida, que vem a ser Beth (Taylor Schilling).

Com pouco esforço, ele a encontra em uma região remota e, claro, se apaixona imediatamente. Mas a guerra deixou marcas profundas no rapaz: ele ficou taciturno, e isso só faz aumentar sua aura de mistério, o que gera alguma resistência na moça.

Mesmo assim, tudo parece um conto de fadas. O galã ama a mocinha, ele é sensível a ponto de cuidar do filho dela, desenvolvendo uma cumplicidade com o garoto.

Enquanto isso, o papel do malvado fica com o ex-marido da loira (Jay R. Ferguson), um policial filhinho de papai e arrogante que ameaça retirar da mãe a guarda da criança. Mas a força serena de Logan, avesso à violência, coloca ordem em tudo.

O convencionalismo do roteiro, a ruindade dos diálogos, a falta de densidade dos personagens e a atuação pouco convincente dos atores -Efron em especial- não são, por incrível que pareça, os maiores defeitos do filme.

O grande problema são as onipresentes cenas de idílio -amoroso, familiar ou bucólico. Rodadas à maneira de comerciais de margarina, com abuso da câmera lenta e de músicas melosas, irritam até as paredes dos cinemas.

UM HOMEM DE SORTE
DIREÇÃO Scott Hicks
PRODUÇÃO EUA, 2012
COM Zac Efron, Taylor Schilling
ONDE em cartaz no Iguatemi Cinemark, Cine TAM e circuito
CLASSIFICAÇÃO 12 anos
AVALIAÇÃO ruim

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