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Livrarias reforçam lobby por tabelamento

Levantamento divulgado ontem em São Paulo mostra que segmento cresceu abaixo da inflação no ano passado

Fechamento de pequenas lojas estimula associação do setor a brigar por lei de preço único para livros

FABIO VICTOR
DE SÃO PAULO

A associação das livrarias do país divulgou ontem, numa entrevista em São Paulo, levantamento segundo o qual o setor teve em 2011 crescimento abaixo da inflação.

A pesquisa mostrou também que as grandes redes crescem enquanto pequenas livrarias fecham.

A ANL (Associação Nacional de Livrarias) aproveitou a ocasião para reforçar o lobby por uma demanda antiga do segmento, o tabelamento de preços de livros.

Segundo o levantamento, o setor faturou no ano passado R$ 2,2 bilhões, crescimento de 5,26% em relação a 2010 -a inflação foi de 6,5%.

Os números revelam uma queda continuada no faturamento das livrarias. Em 2008 o crescimento anual foi de 10,4%; caiu para 9,73% em 2009 e 9,6% em 2010.

Para os diretores da ANL, a situação é causada, entre outras razões, pelo barateamento do preço do livro -conforme outra pesquisa do segmento, a queda acumulada no preço do livro foi de 34% de 2004 ao final de 2010.

Outro motivo é o que avaliam de "concorrência predatória", a venda direta pelas próprias editoras ou via canais como portais de internet.

A ANL defende uma lei, semelhante à que já existe em países como França e México, que fixe um preço único para o livro em qualquer canal de distribuição, por um um ano após o lançamento.

"A concentração de mercado destrói as pequenas e médias livrarias. Sem a bibliodiversidade, um país fica refém da cultura do modismo", afirmou o vice-presidente da ANL, Guto Kater.

A pesquisa revelou uma redução no número de pequenas lojas.

Por outro lado, embora representem somente 19% do total, as grandes redes (com mais de 5 lojas) são responsáveis por 43,7% do faturamento do setor.

Cresceu de 48% para 57% o número de comerciantes que fazem vendas eletrônicas de livros. Somente 24% dos livreiros ouvidos (333 lojas) disseram que vendem e-books, mas, entre os que não vendem, 90% se disseram dispostos a comercializá-los.

Os detalhes da pesquisa estão em anl.org.br.

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