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Crítica / Livro Fotobiografia passa sensação de festa sem cair na nostalgia CLÁUDIO PORTELLACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA Não adianta preponderar citando outras bandas de rock and roll. Beatles e Rolling Stones são as mais populares do planeta. Pelé e Maradona do rock. Em se tratando de talento, difícil é dizer quem é o Pelé. Mas de popularidade, apesar de o quarteto de Liverpool apregoar ser mais famoso do que Jesus Cristo, os Rolling Stones são o Pelé. Pouquíssimas são as bandas de rock que conseguem se manter por tanto tempo, e com poucas baixas. Os Stones chegam às bodas de ouro, e só Brian Jones não está mais entre eles. O guitarrista foi encontrado morto aos 27 anos na piscina de sua casa. Jones parece ter estabelecido a idade limite para morrer, como aconteceu posteriormente com a trinca de "J": Janis Joplin, Jimi Hendrix e Jim Morrison, que morreram com a mesma idade. Isso sem esquecer, é claro, nos dias de hoje, Amy Winehouse. A resistência, o poder de se manter firme apesar de todas as adversidades, é, também, um dos motivos que fazem dos Stones "a maior banda de rock and roll do mundo". O único adversário, The Beatles, há muito se desfez como banda. E só Paul McCartney e Ringo Starr estão vivos. Mais do que um livro biográfico, "50 Anos de Rock" é um álbum de fotos. Apesar do texto sucinto de Howard Kramer, é carregado de informações precisas, e as falas dos Stones também são boas. Nada melhor do que comemorar uma data como essa folheando um álbum de fotos. Algumas são dignas de nota, como as para o filme "One Plus One", de Jean-Luc Godard, com Mick Jagger trocando ideia com o cineasta, Brian Jones tocando instrumentos musicais e Chuck Berry, a maior influência da banda, com Jagger, em 1969. Tem também o primeiro especial para TV, "Rolling Stones Rock and Roll Circus", com John Lennon, Yoko Ono e Eric Clapton; registros do set do filme promocional "It's Only Rock and Roll (But I Like It)", do cineasta Michael Lindsay-Hogg, que dirigiu vários clipes da banda; e a apresentação para 300 mil pessoas no Hyde Park, em 5 de julho de 1969. Além disso, o livro traz imagens do concerto gratuito em Copacabana, em fevereiro de 2006, para mais de 1 milhão de fãs; Ron Wood em meio a seus desenhos; e a banda com o cineasta Martin Scorsese, que filmou shows do grupo, resultando no longa "Shine a Light". Os rostos juvenis dos Stones, nas primeiras fotos, estão em harmonia com as rugas das fotos que aparecem depois. Não há nostalgia em folhear o livro. A sensação que dá é de festa, e uma certeza de que a banda ainda tem fogo para queimar. O livro tem ainda catálogo de discos de estúdio e uma seleção de álbuns ao vivo. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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