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Teatro transatlântico

Mostra estreia amanhã no Rio e reúne peças brasileiras que tentam vaga nos prestigiosos festivais de Avignon, na França, e de Edimburgo, na Escócia

Divulgação
Elenco da peça "A Marca da Água", da Armazém Companhia de Teatro
Elenco da peça "A Marca da Água", da Armazém Companhia de Teatro

GABRIELA MELLÃO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Paulo de Moraes queria estrear em setembro "A Marca da Água", peça que marca os 25 anos da Armazém Companhia de Teatro, criada em Londrina e radicada no Rio.

O diretor cortou pela metade o processo criativo da montagem para conseguir integrar o festival Cena Brasil Internacional, que reúne grupos do mundo todo e cuja primeira edição começa amanhã no Rio de Janeiro.

A mostra de teatro, organizada por Sérgio Saboya, levará seis peças brasileiras para os festivais de Avignon, na França, e de Edimburgo, na Escócia, em 2013.

O Armazém nunca se apresentou fora do país. Ao todo, sete espetáculos nacionais integram o Cena Brasil e concorrem às vagas.

Entre eles está "Histórias de Família", novo trabalho do Amok Teatro. O grupo ainda não se apresentou em nenhum dos dois festivais europeus, apesar de ter como fundador o francês Stephane Brodt, integrante do Théâtre du Soleil nos anos 1990.

Dirigido por Brodt e Ana Teixeira, o espetáculo é escrito pela dramaturga sérvia

Biljana Srbljanovic. É a primeira vez, em 14 anos de existência, que o grupo se rende a um autor contemporâneo.

A peça faz um retrato da guerra através de um olhar infantil. Como num jogo de faz de conta, intérpretes vivem crianças que brincam de reproduzir situações familiares.

Encarnam pai, mãe, filho e cachorro de um clã, expondo cenas cruéis de violência, abuso de poder e repressão.

Os atores corporificam as emoções exacerbadas, próprias da criança, num trabalho minucioso de atuação. "Histórias de Família" entra em cartaz do Rio logo após apresentar-se no festival, encerrando a trilogia da guerra do Amok -composta por "O Dragão" e "Kabul".

MEMÓRIA

"A Marca da Água", peça criada por Paulo de Moraes com Maurício Arruda Mendonça, também lança olhar poético sobre percalços da existência, apresentando uma trama em que a narrativa é inseparável de sua forma.

O espetáculo teve como inspiração "O Nadador", famoso conto do escritor norte-americano John Cheever (1912-1982).

Como na obra literária, o personagem que protagoniza a peça tem uma percepção alterada do tempo. Laura sofreu uma lesão cerebral quando era criança. Os sintomas passam a se manifestar em sua maturidade.

"Ela vive lapsos de memória que a gente materializou em cena", revela Moraes.

Através de fragmentos que entrelaçam a realidade e os delírio de Laura, seu mundo interior aos poucos se concretiza no palco.

"A peça é uma reflexão sobre o existir. Mesmo que eu não queira, me leva a um acerto de contas comigo", diz a atriz Patrícia Selonk, que vive a personagem.

CENA BRASIL INTERNACIONAL
QUANDO 1º/6 a 11/6, no Rio; 13/6 a 24/6, em São Paulo; 13/6 a 17/6, em Lorena (PR)
ONDE confira em www.cenabrasilinternacional.com.br
QUANTO R$ 6

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