Tributo à Legião com ator reúne 7 mil

Para Marcelo Bonfá, Dado Villa-Lobos e Wagner Moura, agradar a todos que assistiram e ainda podem assistir -em planejada edição em DVD- ao show "MTV ao Vivo - Tributo à Legião Urbana" pode ser uma tarefa difícil.

Afinal, durante as últimas semanas, a desconfiança sobre a escolha do ator baiano para cantar no lugar de Renato Russo era grande nos blogs e nas redes sociais.

Mas conquistar as cerca de 7.000 pessoas que compareceram anteontem ao Espaço da Américas, em São Paulo, em clima de nostalgia -com ingressos a R$ 200-, se mostrou uma tarefa mais fácil.

NOITE HISTÓRICA

Vestidos com camisetas da banda e armados de câmeras fotográficas, alguns diziam que apenas a reunião de Bonfá e Villa-Lobos -talvez pela última vez, segundo os próprios músicos- já era histórica, enquanto outros garantiam que Moura era a escolha certa para o papel.

Após o show, mesmo com algumas desafinadas do cantor e alguns momentos menos empolgantes da apresentação, a aprovação do público se confirmou.

Para o brasiliense Rogério Arvate, 35, que assistiu a shows da Legião na adolescência, "o Wagner foi maravilhoso, incorporou o Renato Russo. Se a voz dele falhou em algum momento, foi por emoção, porque ele vivenciou intensamente tudo ali".

Na mesma linha, Larissa Araújo, 26, disse que "além de o Wagner ter uma banda e cantar superbem, por ser ator, ele sente e interpreta as músicas no palco. Acho que foi melhor do que se fosse um outro cantor de rock".

REPERTÓRIO

Nas cerca de duas horas de show, o público gritou e cantou junto da banda todas as músicas, até mesmo algumas menos conhecidas.

Mas, se a escolha do cantor não incomodou, alguns reclamaram da ausência de sucessos como "Que País é Esse?" e "Eduardo e Mônica" no repertório. Por esse motivo, o estudante Felipe Araújo, 21, achou o show apenas "razoável". "Faltou um pouco de empolgação do público também", disse ele.

Algumas centenas de fãs resolveram a questão à sua maneira. Após o fim do show, formaram uma grande roda na pista e cantaram juntos, à capela, "Faroeste Caboclo", outro hit que não entrou no setlist da apresentação.

Para esses, o show com 26 músicas pareceu curto. "Podia ter mais umas 800 músicas que a gente ficava", brincou Camila Mazoni, 27.