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Ridley Scott escolhe atriz sueca de "Millennium" para revisitar "Alien"

Noomi Rapace protagoniza "Prometheus" depois de chamar atenção do diretor em filme escandinavo

Atriz diz que atuação de Sigourney Weaver no 1º "Alien" lhe mostrou que "mulher podia ser durona e feminina"

RODRIGO SALEM
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Noomi Rapace, 32, talvez seja a estrela mais improvável de Hollywood no momento. É sueca, mas não tem a doçura de Ingrid Bergman ou a beleza de Greta Garbo.

Tampouco se aproxima da punk Lisbeth Salander, personagem que encarnou na primeira adaptação para o cinema de "Millennium - Os Homens que Não Amavam as Mulheres", em 2009, em seu país natal, e ajudou a transformar em fenômeno pop.

Como explicar então que Rapace tenha conseguido o papel central em "Prometheus", que marca a volta de Ridley Scott ao universo de "Alien - O Oitavo Passageiro", 33 anos depois de deixá-lo?

"Segui minha intuição", conta o diretor. "Vi 'Os Homens...' três vezes e fiquei fascinado por aquela punk. Quis saber quem ela era, o que fazia. Quando a encontrei, não tinha nada da personagem, era uma mulher elegante, uma verdadeira atriz."

Rapace narra uma versão menos glamourizada: "Quando soube que Ridley estaria na reunião, quase desmaiei. Comecei a suar, fiquei louca".

Semanas depois, a atriz recebeu um telefonema de Scott. "Ele me disse que iria fazer uma ficção e queria que eu fosse a protagonista. Aí notei que falava sério."

A ansiedade de Rapace tem razão de ser. Ridley Scott é notório descobridor de atrizes e adora personagens femininas -além da famosa Ripley, que revelou Sigourney Weaver em 1979, constam em seu currículo "Thelma e Louise" (1991), com Geena Davis e Susan Saradon, e até "Um Bom Ano" (2006), com Marion Cotillard antes de "Piaf".

FÃ DE SIGOURNEY

"Esses filmes deixaram uma marca no meu coração", confessa a atriz, que viu "Alien" pela primeira vez aos 13 anos. "A interpretação de Sigourney me mostrou que uma mulher podia ser feminina e durona ao mesmo tempo. Depois disso, me agarrei ao sonho de ser atriz."

Rapace, que no ano passado apareceu num papel coadjuvante em "Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras", agora entra em outro nível de reconhecimento. Sua cientista Elizabeth Shaw é a grande heroína de "Prometheus", a Ripley da nova geração. "Há similaridades entre elas", diz a sueca. "Mas é uma personagem original, e eu precisava descobrir como dar vida e alma a ela."

A primeira metade do longa sugere uma obra existencialista, de visual belo e efeitos especiais. A equipe enviada da Terra a uma lua distante busca seres conhecidos como "engenheiros" (a raça extraterrestre responsável pela criação da humanidade).

A partir de uma operação a que Shaw se submete, "Prometheus" envereda pelo horror descerebrado, pelo thriller. "Apesar do ambiente hostil e maluco, tentei construir a interpretação mais realista possível", diz Rapace.

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