Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Crítica comédia Embora conservador, filme chega a emocionar Com ritmo de TV, 'Solteiros com Filhos' aborda tentativa de casal de amigos de constituir família não convencional FRANCESCA ANGIOLILLOEDITORA-ADJUNTA DA “ILUSTRADA” Você vai rir. Você vai chorar... como se assistisse a uma das muitas séries de comédia romântica que passam na TV. A observação, porém, não fala necessariamente mal de "Solteiros com Filhos": a comédia romântica e seus derivados televisivos vêm provendo há décadas entretenimento genuíno e satisfatório. No filme, Julie (Jennifer Westfeldt) e Jason (Adam Scott) são melhores amigos há anos. Têm compreensão mútua, brincadeiras compartidas e quase tudo o que se deseja de uma relação a dois. Menos interesse sexual. À beira dos 40, solteiros quase convictos, numa busca apenas frouxa pelo amor, veem-se à margem do seu grupo (composto de outros dois casais), que vai cedendo ao chamado da vida familiar. Diante da sintonia manifesta, resolvem se lançar à tentativa, recebida com desconfiança pelos amigos, de constituir uma família não convencional. A experiência acaba afetando o grupo todo. Esta não é a primeira incursão de Jennifer Westfeldt no triplo papel de roteirista-diretora-protagonista. Dez anos antes, ela já o fizera (ao lado de Heather Juergensen), em "Beijando Jessica Stein". De lá para cá, tirando um maior aprumo na produção (e o flagrante aumento de suas maçãs do rosto), ela pouco parece ter mudado. Da comparação entre os dois filmes, deduz-se: 1) que Westfeldt é fundamentalmente conservadora; e 2) que preza muito o conceito de amizade -talvez até mesmo concordando com a noção de que seja superior ao amor. Como em "Jessica Stein", o desenlace frustra os que pensam estar vendo um filme afinado com a amplitude do espectro afetivo e sexual. O conservadorismo, porém, não impede que a criadora construa um roteiro encadeado, do tipo que "prende" o espectador, e pontuado por tiradas engraçadas. As mães (e/ou pais), que conhecem as mudanças decorrentes da chegada dos filhos, podem até chegar a derramar uma lágrima furtiva. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |