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Lançamento de "Before Watchmen" causa polêmica entre quadrinistas

RODRIGO SALEM
DE SÃO PAULO

Quando "Watchmen" foi lançada, em 1986, as histórias em quadrinhos ganharam seu "Cidadão Kane". O roteirista Alan Moore e o artista Dave Gibbons injetaram realismo, personagens complexos e elementos literários inéditos naquele formato.

Único gibi na lista da "Time" dos cem maiores livros do século 20, "Watchmen" é a "graphic novel" mais vendida da história, com dois milhões de exemplares. Até aqui, era considerada uma obra intocável. Era.

Está sendo lançada, hoje, nos EUA, a revista "Before Watchmen: Minutemen", primeira de sete minisséries que se passam antes da trama de Moore, em uma realidade paralela onde os heróis são caçados pelo governo, na década de 1980.

A decisão da editora DC de retornar ao universo de "Watchmen", mesmo sem o aval do criador, causou uma calorosa discussão sobre ética comercial.

Legalmente, a editora não está errada -ela é dona dos personagens. Eticamente, a história é mais complicada.

"O problema é que nos falaram que 'Watchmen' seria um título nosso e que determinaríamos o destino dele", reclamou Moore ao site Seraphemera Books. "Se você comprar essas revistas, não precisa comprar mais nada escrito por Alan Moore."

O gerente da loja Bergen Street Comics, de Nova York, anunciou que não irá vender os gibis em apoio a Moore. O artista Chris Roberson ("iZombies") pediu demissão da DC por não concordar com as decisões da editora.

"'Watchmen' foi concebida com começo, meio e fim. Ela deveria permanecer intocável", crê Sidney Gusman, editor-chefe do site brasileiro Universo HQ. "Esses derivados não vão desvalorizar a obra original", diz o desenhista Rafael Grampá ("Mesmo Delivery").

A Panini Comics ainda não sabe quando lançará as séries no Brasil. Mas o editor Fabiano Denardin acredita no sucesso das obras criadas por nomes como Jim Lee e Darwyn Cooke: "A expectativa é a melhor possível, devido aos talentos envolvidos".

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