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Rafael Cortez, do "CQC", organiza tributo a Nara Leão

Programado para outubro, no Auditório Ibirapuera, espetáculo terá participação de 15 cantoras brasileiras

Lista de intérpretes femininas inclui Ivete Sangalo, Sandy, Mallu Magalhães, Mariana Aydar e Fernanda Takai

MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

Amanhã, completam-se 23 anos da morte de Nara Leão. Mas, desde janeiro, quando a cantora completaria 70 anos de vida, quase nada foi feito para revisitar seu legado à cultura do país. O Brasil, parece, esqueceu-se dela.

Apaixonado por Nara desde a adolescência, o humorista (e violonista -lançou um CD instrumental no ano passado) Rafael Cortez, 35, do programa "CQC" (Band), se encarregou de pôr fim ao silêncio em torno dela.

Ele encabeça uma equipe que, em 30 de outubro, pretende levar ao Auditório Ibirapuera (SP) 15 vozes femininas para interpretar justamente o repertório de Nara.

O time de cantoras é eclético. Vai de nomes populares como Ivete Sangalo e Sandy a figuras da cena emergente como Mallu Magalhães, Mariana Aydar, Fabiana Cozza, Thais Gulin e Roberta Sá.

A lista tem ainda Badi Assad, Bárbara Eugênia, Luiza Possi, Luciana Mello, Laura Lavieri, Graça Cunha e Bruna Caram. Precursora em interpretar o repertório de Nara -lançou o tributo "Onde Brilhem os Olhos Seus" em 2007-, Fernanda Takai completa a seleção.

"Buscamos cantoras que tivessem mais ou menos a mesma idade que Nara tinha na década de 1960, quando estava realmente popular no Brasil", diz Cortez.

A seleção acabou contemplando também mulheres com mais de 30 anos. "Não dava pra deixar Badi Assad de fora, por exemplo", afirma, referindo-se à cantora e instrumentista, professora de violão de Cortez.

Depoimentos de Maria Bethânia -que, nos anos 1960, ganhou projeção graças à indicação de Nara para substituí-la no show "Opinião"- devem ser captados em vídeo e usados na apresentação.

O espetáculo vai ser registrado por Oscar Rodrigues Alves -que, há dois anos, fez projeto parecido com Wilson Simonal -e deve ser lançado comercialmente em 2013.

"No DVD, vamos intercalar a música captada no show com depoimentos de pessoas que conviveram com a Nara", diz. Além de Bethânia, a equipe planeja falar com os músicos Chico Buarque, Carlinhos Lyra, Roberto Menescal e com o cineasta Cacá Diegues (que foi casado com ela).

"DATADA"

Cortez lembra que, até agora, o único projeto relevante feito para marcar o que seria o 70º aniversário de Nara foi tocado justamente pela filha da cantora, Isabel Diegues. Trata-se do site oficial www.naraleao.com.br.

"Uma das grandes injustiças com a Nara é que ela é, hoje, uma cantora 'datada', por ignorância. A molecada -os fãs do 'CQC', por exemplo- acha que a Nara é uma cantora do passado como foi Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida. Acha que ela é velha e ultrapassada. Desconhecendo que Nara foi vanguardista de um monte de coisas."

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