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"Hotel Methuselah" mistura linguagens de teatro e cinema

Destaque do Cena Brasil Internacional, peça vem a SP em julho

GABRIELA MELLÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A interferência do cinema no teatro se inicia na invenção do primeiro, fato que obriga a arte do palco a se reinventar para sobreviver, criando a estética simbolista.

O embate entre as duas linguagens se estende até os dias atuais, em que o cinema deixa de ser ameaça e passa a contribuir com o teatro, como se pode ver em "Hotel Methuselah", peça do grupo inglês Imitating the Dog que é destaque do braço carioca do Cena Brasil Internacional -festival realizado pelo CCBB, cuja extensão paulista se inicia na próxima quarta.

"'Hotel Methuselah' usa o cinema para dar ênfase a suas qualidades dramáticas", diz Faith Liddel, diretora do Festival de Edimburgo, evento que no ano passado contou com a peça de 2005.

A montagem se destaca dos demais experimentos que congregam teatro e cinema hoje sobretudo por usar o vídeo para enfatizar a atmosfera de tensão de sua trama de natureza difusa.

Conta a história de Harry, porteiro de um hotel que percorre repetidamente suas lembranças nebulosas em uma tentativa de recuperar a memória.

A contracenação teatral acontece dentro de um pequeno espaço retangular, que corta a cabeça dos atores.

O público ora imagina a expressão dos personagens ora a vê bem de perto, nas imagens em close de rostos projetadas na parede do fundo deste espaço.

Completando o enredo inconclusivo, vídeos que desorientam a percepção do espectador fazem com que o público, de certa maneira, percorra o mesmo caminho seguido por Harry, sentindo na pele sua aflição.

"Criamos uma atmosfera de tensão e claustrofobia para despertar na plateia as mesmas sensações de Harry", explica Andrew Quick, autor e diretor da peça.

"Hotel Methuselah" poderá ser visto em São Paulo em julho, na mostra Sesc de Artes, ao lado de outros belos trabalhos como "Neutral Hero", espetáculo do grupo New York City Players, e "O Poder da Loucura Teatral", do belga Jan Fabre.

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