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Crítica jazz Chick Corea e seu grupo derrubam conceitos na primeira noite RONALDO EVANGELISTACOLABORAÇÃO PARA A FOLHA O jazz está morto. Como um item museológico, só existe em ambientes fechados e observados por especialistas. Na última sexta-feira, três mil pessoas se reuniram para o ritual de beber champanhe, socializar e assistir à música instrumental cheia de tradições na primeira noite do BMW Jazz Festival. Primeira atração da noite, o trompetista californiano Ambrose Akinmusire foi saudado como "jovem revelação", prêmios, votação da crítica etc. Com disco recém-lançado pela famosa Blue Note, subiu ao palco com formação clássica de quinteto e apresentou música ousada, estudada, cheia de abstrações inteligentes sobre "grooves" desconstruídos, autoral, buscando dizer algo novo. Anos-luz no futuro, o trio base do grupo Return to Forever fechou a noite em versão acústica e intensa: Chick Corea ao piano, Stanley Clarke no contrabaixo e Lenny White na bateria. Calcado nas liberdades individuais de improvisação, o trio apresentou composições como "Light as a Feather", "Romantic Warrior" e uma versão surpreendente, como todo o show, de "All Blues", de Miles Davis -manjada, mas reinventada como só poderia ter existido naquele momento. Nenhum conceito mais valia. O jazz está vivo.
BMW JAZZ FESTIVAL |
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