Recauchutada, série mira público jovem sem alterar fórmula

O principal desafio dos produtores de "Dallas" é conquistar o público jovem.

Para isso, além da aposta na trama ecologicamente correta, o programa investiu em jovens bonitos e sarados e em uma trama que alia viradas sucessivas no mesmo episódio à velha receita de amor e intriga da primeira versão.

"É igual, mas diferente", disse à Folha na première para a imprensa o sarcástico Larry Hagman -que, mais de três décadas depois e com visíveis sinais de seus 80 anos, continua roubando a cena.

Se a roupagem foi modernizada para agradar à nova audiência, os roteiristas não tiveram a menor preocupação em inovar na construção dos personagens.

Assim como os primos Ewing reproduzem o caráter dos pais, a mocinha vivida por Jordana Brewster repete os conflitos da ex-miss Texas Sue Ellen, reencarnada por uma esticada Linda Gray.

A volta a Southfork depois de tamanho hiato parece despertar nos veteranos bastante empolgação -explicada pelo ostracismo em que todos se encontravam.

"O Bobby é o mesmo, só que mais experiente", disse Patrick Duffy, que ressaltou o sucesso que a "Dallas" dos anos 1980 alcançou no Brasil. Alçado à condição de patriarca da família, o caçula Ewing enfrenta um câncer e o dilema de arbitrar a disputa entre o filho e o sobrinho.

Já os jovens atores, muitos dos quais nem tinham nascido quando o seriado começou a ser exibido, evitam comparações com a trama antiga e falam em "novo show, para uma nova audiência''.

"Há uma discussão social e política em torno da energia alternativa. Christopher é o centro moral da nova fase", diz o intérprete do jovem mocinho, Jesse Metcalfe.

NA REDE

Outra estratégia dos promotores para atrair um novo público é promover a série nas redes sociais.

Na estreia norte-americana, o elenco foi mobilizado para postar impressões no Twitter, e a hashtag DallasTNT chegou a liderar os tópicos mais comentados no mundo. Perfis "fakes" dos personagens levam as intrigas para o microblog.

A aposta no Brasil é alta: "Dallas" chega ao país apenas uma semana depois dos EUA. Na Inglaterra, por exemplo, a volta só ocorre em setembro.