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Opinião Moda

SPFW reflete questões de seus bastidores

Marcas dão mostras mais claras de sua posição no mercado, enquanto se unem para atrair apoio do governo

VIVIAN WHITEMAN
PEDRO DINIZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

AO QUE PARECE, DESTA VEZ AS RECLAMAÇÕES NÃO DESAPARECERÃO COMO MAIS UMA TENDÊNCIA DA ESTAÇÃO

Movimentada a edição verão 2012-2013 da São Paulo Fashion Week, que terminou no último sábado.

A temporada começou sob a sombra da crise e de reivindicações pontuais de alguns estilistas e terminou com a promessa de um manifesto fashion coletivo que deve ser apresentado à presidente Dilma Rousseff.

Há tempos a moda brasileira precisava sacudir a poeira. A chegada e a expansão de um batalhão de grifes estrangeiras ao país -de cadeias de "fast fashion" a lojas de alto luxo- deram o empurrão final.

Os problemas com impostos, mão de obra e incentivos fiscais estão longe de ser resolvidos -mas, ao que parece, desta vez as reclamações não desaparecerão como mais uma tendência passageira de estação.

Na passarela, reflexos desse cenário já puderam ser percebidos. Sobretudo, o que se notou foi uma vontade de definir melhor o papel de cada marca no mercado.

Algumas grifes já estão adiantadas nesse processo, como Alexandre Herchcovitch e Osklen.

Herchcovitch mostrou um belo desfile feminino de luxo street, uma coleção masculina "casual chic" muito correta, fora a sua linha de jeanswear e acessórios, esta última no Fashion Rio.

Estão nessa divisão os fundamentos de um modelo de negócios com grande potencial de crescimento nacional, baseado numa divisão inteligente de produtos e capitaneado por um talento criativo.

A Osklen assume seu posto de grande grife de exportação de um certo design de moda visto como "tipicamente brasileiro", o que, com o tempo e os passos corretos, pode transformá-la também numa marca com relevância comercial nas grandes capitais do mundo.

TENDÊNCIAS

Após algumas temporadas desencontradas, essa edição teve um combo mais uniforme de tendências. Reflexo da organização e, evidentemente, da preocupação em entrar em sintonia com o que os birôs fashion dizem que cairá no gosto do consumidor:

1) Prata e bronze

Depois da febre do dourado, esses são os novos hits. Os metalizados coloridos também entram na lista

2) Rústico x aveludado

A palha é o material da vez, mas aparece em versões tecnológicas e de luxo, em tecidos, bolsas e sapatos, dando uma cara sofisticada ao rótulo "artesanal". Em contraponto, a maciez luxuosa da seda e suas variações também é aposta nesta estação.

3) Estamparia

A volta de um certo conceito de brasilidade tropical ao topo da moda desembocou numa série de estampas maxicoloridas, com destaque para plantas, frutas e bichos.

4) Short e bermuda

Ganham força e roubam o reinado das saias. Para substituir a minissaia, a aposta são os microshorts de inspiração esportiva, com abertura lateral, em tecidos nobres.

5) Pele à mostra

Tops deixando a barriga ou uma faixa nua na região do estômago. Ombros à mostra. Transparências totais ou localizadas. Para brincar de esconde-esconde, os estilistas propõem misturar algo mais "pelado" com coletes e jaquetas de verão, que apareceram em quase todas as coleções.

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