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O estrangeiro

Woody Allen fala à Folha sobre 'Para Roma com Amor', novo capítulo de sua jornada europeia, em que volta a atuar

Divulgação
Woody Allen com Judy Davis (esq.) e Alison Pill, que vivem sua mulher e sua filha no longa
Woody Allen com Judy Davis (esq.) e Alison Pill, que vivem sua mulher e sua filha no longa

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Woody Allen não está em casa em Roma. Está de passagem. E breve, por favor.

"É muito estranho e exótico para mim", disse o diretor nova-iorquino de 76 anos sobre a capital italiana, na qual ambienta sua nova produção, que estreia no Brasil na próxima sexta-feira.

Com a comédia "Para Roma com Amor", Allen dá sequência a sua franquia de filmes feitos na Europa, que começou com o londrino "Ponto Final - Match Point" (2005) e que o levou também à Espanha ("Vicky Cristina Barcelona", 2008) e à França ("Meia-Noite em Paris", 2011).

"Eu não poderia fazer um filme no Sudão ou algo assim, não daria certo", disse Allen à Folha. "Cidades europeias são maravilhosas. Fico lá três meses, numa casa ou hotel, em ótimas condições."

No novo filme, Roma é cenário para tramas pitorescas que nunca se cruzam, talvez perdidas na cidade, como o próprio diretor se sentiu ao caminhar por suas ruas.

"Não é uma cidade coerente, você está andando e dá de cara com um muro, não tem para onde ir, tem que dar a volta. É uma cidade artística, muito diferente", continuou, sem deixar de elogiar a comida, a cultura e os italianos.

"Não poderia viver na Itália. É muito ensolarado. Viveria mais facilmente em Paris ou Londres. Nova York, certamente", afirma.

Em "Para Roma com Amor", Allen volta a atuar, no seu primeiro papel desde "Scoop - O Grande Furo"(2006). Ele faz um diretor de ópera recém-aposentado, que viaja a Roma com a mulher (Judy Davis) para conhecer o noivo italiano de sua filha, Hayley (Alison Pill).

Do outro lado da cidade, um casal de jovens americanos (Jesse Eisenberg e Greta Gerwig) tem a relação abalada com a chegada de uma amiga espevitada (Ellen Page), enquanto outro casal, de jovens italianos, se envolve com uma prostituta (Penélope Cruz) e um galã da TV (Antonio Albanese).

Há ainda um burocrata (Roberto Benigni) que vira celebridade sem razão alguma, além de muitos postais romanos e música italiana.

Seu próximo filme será nos Estados Unidos -e, depois, mistério. Allen diz que o Rio de Janeiro é uma das prioridades, mas que também cogita Buenos Aires.

"Não vejo como uma competição [de cidades]", disse. "Quando você faz um filme e você é estrangeiro, precisa realmente ter uma ideia especial. É possível que seja mais fácil para mim ter uma ideia para Buenos Aires do que para o Rio... Ou vice-versa."

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