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Artigo sustenta que "Paris Review" teve laços com a CIA

DE SÃO PAULO

Pouco depois de celebrar a publicação de sua 200ª edição, em março, a revista literária americana "The Paris Review" volta a ser assunto na mídia dos EUA, com a divulgação de detalhes sobre suas ligações indiretas a CIA durante a Guerra Fria.

Baseado em arquivos da Morgan Library & Museum de Nova York, um artigo publicado no portal "Salon" sustenta que a revista sofreu interferências da agência de inteligência americana, recebendo benefícios financeiros em contrapartida.

O rumor já circulava havia anos, mas sem comprovações. Sabia-se que Peter Matthiessen, cofundador da "Paris" em 1953, havia sido colaborador da CIA, mas nunca houve provas de que isso tivesse interferido na revista.

Um dos documentos revelados é uma carta em que George Plimpton -editor da "Review" por 50 anos- sugere que um artigo sobre o russo Boris Pasternak poderia ter ajuda financeira do Congresso pela Liberdade Cultural, uma organização anticomunista fortemente vinculada a CIA.

Este congresso teria sido o principal meio de interferência na revista, tendo chegado a discutir assuntos editoriais e, até mesmo, a escolher nomes de entrevistados.

A "Review", por seu lado, teria recebido suporte em um sistema de financiamento sem equivalente em revistas do tipo, tanto por meio da requisição de assinaturas quanto pela reimpressão de seus artigos em outras publicações.

O artigo conclui que a revista literária mais influente dos EUA -que lançou nomes como Philip Roth e V. S. Naipaul e sempre foi tida como independente-, teria servido como uma espécie de arma de poder durante a Guerra Fria.

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