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Quadrinista lança aventura de divindade feminista e liberada

"Deus, Essa Gostosa", de Rafael Rocha, ganha formato de livro

DE SÃO PAULO

"De repente, eu sou o único cara que pode dizer que conquistou tudo 'graças a Deus'", resume com ironia o quadrinista Rafael Campos Rocha, que acaba de lançar "Deus, Essa Gostosa" (Quadrinhos na Cia.; R$ 33; 88 págs.), "graphic novel" em que acompanha sete dias do ser criador do Universo.

A entidade, concebida pelo cartunista durante os anos atribulados em que morou em Barcelona, no entanto, é mulher, negra, fã de Messi e de bandas de punk rock, além de ser dona de uma sex shop.

Contrapondo a visão do todo-poderoso de bar­bas lon­gas, a divindade se mostra feminista e inte­res­sada nas fri­vo­li­da­des humanas.

Surgida em uma lista de e-mails, em 2007, distribuída entre amigos, "Deus, Essa Gostosa" ganhou as páginas da "Ilustríssima", na Folha.

Nessa história, o leitor testemunha a onipresença de um ser descolado, que é íntimo de Karl Marx e aprecia uma cervejinha com o Diabo.

Porém, por trás da aparente blasfêmia, o livro promove uma crítica das relações entre religião, prazer e pecado.

Seu enredo conquista um número de fãs proporcional ao de incomodados, comprovando que nem mesmo Deus consegue agradar a todos.

Dono de traços que lembram cartazes do realismo soviético, Rocha vê a per­so­na­gem como forma de questionar os pre­con­cei­tos ocultos sob o véu da religiosidade.

"Talvez o que eu goste mesmo seja de irritar os intolerantes e divertir os libertários", conclui o autor, que já pressente novos volumes para as as aventuras divinas.

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