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Jonathan Galassi debate sobre e-books e mercado editorial

"No mercado editorial de hoje não vendemos livros, mas autores", diz Jonathan Galassi, 62, editor e presidente da editora FSG (Farrar, Straus and Giroux), casa de dezenas de prêmios Nobel e vencedores do Pulitzer.

"Os leitores gostam de sentir que conhecem os autores, querem ter a ilusão de que têm um contato pessoal. Então, algo como a Flip, onde eles podem encontrar os escritores e fazer perguntas a eles, é importante."

Galassi sabe do que fala -está nesse mercado há mais de três décadas- e pratica o que prega: um dos autores que ele publica, o americano Jonathan Franzen, é uma das principais estrelas da Festa Literária Internacional de Paraty, que começou ontem.

O editor também estará na festa fluminense para participar, no próximo sábado (7/7), de um debate promovido pela Companhia das Letras (que edita Franzen no Brasil), ao lado da escritora Annalena McAfee e da agente literária Deborah Rogers, na Casa da Companhia.

Nele, Galassi falará sobre o que chama de "revolução dos e-books" e das incertezas trazidas por ela para o mercado editorial tradicional.

"Há um declínio nas vendas em livrarias, mas as editoras estão se saindo bem porque os livros digitais parecem estar compensando isso. Não sabemos ainda como eles vão afetar as reedições, certamente vão reduzir uma margem desse lucro, não sabemos o quanto."

Como vários de seus pares, ele advoga a favor de um intervalo de lançamento entre as versões em papel e digital (a chamada "janela", como há para os filmes) e reclama do baixo preço das obras.

"O fato de que não temos essa janela e de que deixamos a Amazon vender os e-books a subpreços não foi uma decisão inteligente. Acho que estávamos com medo da pirataria, mas sinto que a pirataria é um problema menor do que os baixos preços."