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Christiane Torloni encarna deusa em espetáculo de dança

Atriz participa da montagem "Teu Corpo É Meu Texto", que estreia em SP

Cia. Sociedade Masculina e Studio 3 apresentam coreografia de Anselmo Zolla, sob direção de Possi Neto

ALBERTO PEREIRA JR.
DE SÃO PAULO

A exuberância em cena é a mesma. Os movimentos alternam força e fluidez. Sensualidade e destruição.

No palco, porém, Christiane Torloni se desvencilha de Tereza Cristina, a vilã que até quatro meses atrás desfilava maldades na novela "Fina Estampa" (Globo).

Aos 55 anos, 36 de carreira, a atriz retoma o papel de aprendiz para estrelar o espetáculo de dança "Teu Corpo É Meu Texto", no próximo dia 16, no teatro Sérgio Cardoso, em São Paulo.

Será sua estreia como bailarina, depois de usar passos de dança em alguns trabalhos. A experiência é comparável à vivida pela francesa Juliette Binoche para o espetáculo "in-i", em 2008.

"Este, agora, está sendo o momento mais interessante, o de entrar na linguagem de uma companhia, no seu ritmo", disse Torloni à Folha.

Na montagem dirigida por José Possi Neto e coreografada por Anselmo Zolla, ela se junta aos bailarinos da Cia. Sociedade Masculina e do Studio 3 de Dança para tratar do poder do feminino.

"O tema é a arte. O feminino é a criação. A força da natureza que exige do homem voltar a sonhar. Há linguagem mais próxima do sonho que a dança?", desafia Possi.

A parceria entre o diretor e a atriz, aliás, chega neste ano às bodas de prata. Em 2010, foi a primeira vez que o trioZolla, Possi e Torloni se encontrou no palco.

Na ocasião, ela fez a locução de "Martha Graham Memórias", sobre a coreógrafa norte-americana.

"O encontro com a Martha Graham foi definitivo. Como os bailarinos dançaram por muito tempo em cima da minha narração, sinto já estar no corpo deles."

Em "Teu Corpo", além de dançar, ela narra textos de Eduardo Ruiz. "A gente vive uma crise de conteúdo. As pessoas estão só ligadas na imagem, na tela do computador, da TV. Achei oportuno o trabalho de dança vir com esse conteúdo traduzido em palavras", disse Possi Neto.

HOMO SAPIENS

Dividida em quatro atos, a montagem começa com o homem rastejando pelo chão.

No contexto, Christiane Torloni encarna Sarasvati, deusa hindu da sabedoria e das artes, que desafia esse animal a ficar em pé.

A coreografia evolui para o Renascimento, enfocando o isolamento da mulher. Na terceira parte, a trilha sonora de Felipe Venâncio se agita, dando o tom da mulher independente e sedutora.

"O quarto ato é uma homenagem aberta a grandes artistas do século 20. A coreografia é inspirada em Maurice Béjart", afirma Anselmo Zolla, referindo-se ao coreógrafo francês que encenou o "Bolero de Ravel".

TEU CORPO É MEU TEXTO

QUANDO 16, 17 e 18/7, às 21h

ONDE teatro Sérgio Cardoso (r. Rui Barbosa, 153, Bela Vista, tel. 0/xx/11/3288-0136)

QUANTO R$ 30

CLASSIFICAÇÃO livre

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