10ª Festa Literária Internacional de Paraty

Fabrício Carpinejar lança seu 20º livro e fala de poesia na Flip

Quando tinha sete anos, Fabrício Carpinejar foi declarado incapaz de aprender a escrever por sua professora.

Para aproximá-lo das letras, seus pais, os também poetas Maria Carpi e Carlos Nejar, desenvolveram um quebra-cabeças de palavras que ocupava parte do chão do quarto do menino.

Prestes a publicar seu 20º livro e fazendo graça de seus próprios dilemas, Carpinejar participa hoje pela primeira vez da Flip, quando discute os novos rumos da poesia com a escocesa Jackie Kay.

Em "Ai Meu Deus, Ai Meu Jesus", antologia apresentada na festa literária em que lança mão de contos breves para tentar decifrar as nuances dos relacionamentos, o gaúcho encara paixão e sexo a partir de suas experiências.

Já no recente "Bem-Vindo", livro de contos inspirados em nomes marcantes de cidades brasileiras, de Descalvado (SP) a São José dos Ausentes (RS), Carpinejar organizou a prosa de autores como Lygia Fagundes Telles e Marçal Aquino.

Fora do circuito literário formal, o poeta de pensamento vertiginoso conquistou 150 mil seguidores no Twitter com aforismos como "não guarde rancor, parcele em suaves conversas" e "o acaso é o deus dos ateus". Desde março, sua verborragia faz escala semanal, às terças, na TV Gazeta, quando o talk show "A Máquina" vai ao ar.

Pelo cenário modesto de luzes piscantes já passaram Tom Zé, Laerte e Fernanda Takai, cúmplices de jogos de palavras que marcam o estilo do autor. Instado a imaginar a razão de sua inquietude, Carpinejar mais confunde do que esclarece: "Me expor é me preservar. Enquanto tiverem certeza de que me conhecem, posso pecar em segredo."

AI MEU DEUS, AI MEU JESUS

AUTOR Fabrício Carpinejar

EDITORA Bertrand Brasil

QUANTO R$ 29 (256 págs.)

BEM-VINDO

AUTORES Lygia Fagundes Telles, Marçal Aquino, entre outros

EDITORA Bertrand Brasil

QUANTO R$ 25 (126 págs.)