Cláudio Paiva dá sequência à série "Tapas e Beijos"

Nem Gotham City nem Walt Disney. É com Copacabana que o autor Cláudio Paiva, fã do Batman e do Mickey Mouse, tem se preocupado.

É nesse bairro carioca que Sueli (Andréa Beltrão) e Fátima (Fernanda Torres), protagonistas de "Tapas & Beijos" aprontam confusões.

Paiva, 54, está concentrado em como amarrar as pontas abertas com a chegada de novos personagens, no segundo ano da série da Globo.

Em 2011, a atração manteve 27 pontos de média no Ibope da Grande São Paulo (cada ponto equivale a 60 mil domicílios). E um público semanal de 25 milhões de pessoas.

Os números da atual fase seguem altos -25 pontos- e a emissora já pediu novos episódios para 2013, que começará com as vendedoras separadas dos seus maridos.

Mas o roteirista quer se concentrar no presente: "Brinco que vendemos um produto que não temos para entregar. É tudo muito artesanal, mas TV é industrial", disse à Folha.

E afirma não querer fazer de "Tapas" uma nova "A Grande Família". Foi ele o responsável pelo texto da atual versão da série, entre 2001 e 2007, inspirada em sua Niterói natal. Hoje, sua filha mais velha, Mariana, colabora com o texto da atração.

Em "Tapas & Beijos", Paiva quis falar da família adulta: os colegas de trabalho.

Foi na Redação de "O Pasquim", nos anos 1970, que ele conheceu Reinaldo e Hubert.

Os humoristas o ajudaram na transição de chargista para roteirista do "TV Pirata", "Doris para Maiores" e "Casseta & Planeta Urgente!".

"Até hoje, escrevo numa prancheta. Meu computador fica numa mesa de desenho. Desenho cada frase. Só entrego o texto porque tem prazo."

O humor ácido de outrora permanece vivo, embora tenha chamado para si a responsabilidade de "construir uma dramaturgia na comédia nacional, popular, mas que discuta alguns temas".

Quando se cansar de Copacabana, Paiva já tem a concepção de outra série, sobre dois casais. Para o projeto,se cercará de amigos, é claro.