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Teatro

Grupos do Nordeste e do Norte tomam palcos de São Paulo

Neste mês, a cidade recebe 11 produções importadas de outros Estados, introduzidas à cena por artistas locais

Grupos são unânimes quanto à dificuldade para trazer montagens; trupe de Recife tentava vir havia quase 8 anos

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Neste mês, 11 produções de de fora do eixo Rio-São Paulo invadem a cidade.

O grupo Magiluth, de Recife, apresenta uma mostra de seu repertório, assim como o Coletivo Alfenim, da Paraíba, que aproveita para estrear "Deus da Fortuna".

O autor e diretor amazonense Francisco Carlos retoma sua tetralogia "Jaguar Cibernético". Já o pernambucano Cláudio Lira encena pela primeira vez em São Paulo "Um Rito de Mães, Rosas e Sangue", releitura da obra de García Lorca (1898-1936).

É unânime o relato da dificuldade de chegar até aqui.

"Percebemos o mercado como algo fechado, de difícil acesso para circulações e trocas com outros Estados", diz Lira, que contou com a ajuda de Cibele Forjaz para encontrar uma teatro na cidade.

O modo mais eficaz para grupos entrarem (e se destacarem) em São Paulo se dá com ajuda de artistas locais.

Francisco Carlos obteve visibilidade fora da cena alternativa após ser apadrinhado pelos Satyros no Festival de Curitiba do ano passado.

O destaque no evento rendeu ao artista o apoio do Sesc para sua primeira montagem com amplos recursos, a tetralogia "Jaguar Cibernético".

Neste ano foi a vez de o grupo Magiluth se revelar no festival, convidado pela Cia. Brasileira de Teatro a integrar uma mostra em Curitiba.

O Coletivo Alfenim vem para as atividades comemorativas dos 15 anos da Companhia do Latão. Márcio Marciano, autor e diretor do Alfenim, foi fundador do Latão e o integrou por dez anos.

As temporadas desses grupos ocorrem muitas vezes após anos de empenho.

"Apesar de percebemos São Paulo como principal centro da produção cultural do país, apenas após quase oito anos conseguimos acessá-lo", conta o ator e diretor Pedro Vilela, do Magiluth.

Para ele, São Paulo possibilita criar redes de pensamento e de troca com os principais profissionais do país.

"A cidade é a capital do teatro brasileiro. Toda forma de teatro cabe aqui", define Francisco Carlos, rejeitando a tese de que a dificuldade de chegar se deva a especificidades regionais.

"A grande questão não é técnica, e sim política", ecoa Marciano. (GABRIELA MELLÃO)

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