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Painel das Letras

RAQUEL COZER raquel.cozer@grupofolha.com.br

Caiu ou não caiu?

Dos números da recente pesquisa de produção e vendas do setor editorial, os que dizem respeito à comercialização porta a porta não correspondem à realidade, segundo editores. Pelo levantamento da Fipe, houve queda de R$ 100 milhões no faturamento por esse canal, que teria fechado 2011 em R$ 171 milhões.

Na comparação com canais como livrarias e distribuidoras, a presença do porta a porta teria caído de 8,1% para 4,97% -participação menor que a de 2006, quando esse tipo de venda começou a crescer, acompanhando o aumento do poder de compra da classe C.

"É muito milhão para cair de um ano a outro. Não sentimos essa diferença", diz Marcos Pereira, da Sextante, que vê distorções ainda no aumento de outros canais de vendas, como igrejas (de 1,26% para 4,03%). "O problema é que a pesquisa depende da informação que os editores fornecem. Ela funciona melhor nos números macro do que nesses detalhes."

Outra pesquisa, outro resultado

Rodrigo Meinberg, da Gold, uma das líderes na venda porta a porta, afirma que seu negócio se manteve quase igual, com crescimento de 1%."A crise da Avon nos EUA não teve impacto por aqui", diz, em referência à empresa com que a Gold e outras editoras trabalham. A Avon não divulga números regionais.

A Associação Brasileira de Difusão do Livro, que lança pesquisa mais específica sobre o porta a porta no próximo dia 8, diz que seus resultados são diferentes dos recém-anunciados e que não houve queda brusca nesse segmento.

De todo modo, a percepção de editores é a de que haverá queda no faturamento por todos os principais canais de vendas em 2012.

Variações do príncipe

Depois de aparecer em recente coleção infantil da LeYa, o clássico "O Pequeno Príncipe" agora chegará pela Amarilys, adaptado para os quadrinhos. A HQ é uma criação de Didier Poli (ex-Disney) e Guillaume Dorison a partir do novo desenho animado baseado na obra, exibido no Brasil desde novembro pelo Discovery Kids.

Os seis primeiros volumes serão lançados em agosto, na Bienal do Livro. Ao final de cada um, um quadrinista convidado assina uma história -o do primeiro livro é o francês Moebius, que morreu no último mês de março.

Microestande em Frankfurt

As pequenas Dublinense e Não Editora terão estande próprio, de dois metros quadrados, na Feira de Frankfurt deste ano. Serão expositoras convidadas pelo Invitation Programme, que leva anualmente cerca de 20 editoras independentes de vários países ao evento.

No ano passado, nenhuma brasileira foi selecionada.

"A expectativa é dar continuidade ao projeto recém-iniciado de publicar autores de fora e ofertar ao mercado internacional os autores de nosso catálogo, em sua maioria jovens promissores", diz Gustavo Faraon, sócio das editoras.

Almanaque Um das maiores apostas do selo Barba Negra para o ano que vem trata da história de Mauricio de Sousa. A biografia do quadrinista será contada em formato de almanaque.

Verso de juiz O lado poeta do ex-ministro da Justiça Saulo Ramos foi conhecido na França nos anos 70, quando saiu por lá volume prefaciado por Jorge Amado. O texto do baiano será recuperado na abertura de nova coleção de poemas, "Fora da Lei", que a LeYa lança em setembro. Outro prefácio será de Jô Soares.

Medieval O poema romântico "Rubáiyát", de Omar Khayyám (1048-1131), sai em agosto pela Editora Unesp. A tradução parte da versão inglesa de Edward Fitzgerald (1809-1883). Para manter o sentido dos versos escritos em persa antigo, idioma que dá margem a muitos significados, o tradutor Luiz Antonio de Figueiredo cotejou, por anos a fio, versões clássicas do poema em português, francês e espanhol.

Ensaios Karl Polanyi (1886-1964), pensador húngaro que teve só uma obra editada no Brasil, "A Grande Transformação" (Campus), chegará em agosto, em dois volumes, pela Contraponto. A seleção das "Obras Escolhidas" ficou a cargo de César Benjamin. O primeiro volume se chama "A Subsistência do Homem e Outros Ensaios".

Em miúdos Explicar antropologia a crianças de 6 a 10 anos foi o desafio de Veronica Stigger e Eduardo Viveiros de Castro dentro de projeto do Sesc São Carlos. A ficcionista escreveu a história a partir da teoria do perspectivismo do antropólogo. "Onde a Onça Bebe Água", ilustrada por Fernando Vilela, será distribuído de graça a 5.000 alunos da rede pública em agosto.

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