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Televisão

TV paga pesca 'populares' em canais abertos

Com base de assinantes em expansão, emissoras fechadas apostam em nomes que flertam com o kitsch

Sergio Mallandro e Palmirinha Onofre são algumas das "iscas" de público das redes por assinatura

ELISANGELA ROXO
DE SÃO PAULO

Estrelas populares com extenso currículo na TV aberta viraram cult (e isca de público) nos canais fechados.

Sergio Mallandro é uma das maiores audiências do Multishow com o reality "Vida de Mallandro" e deve estrear em outubro seu próprio "talk show" no canal.

Antes, foi jurado do "Show de Calouros", do SBT, rei das "pegadinhas" toscas da Gazeta e participou de "A Fazenda 3", da Record.

Mallandro, quase um porta-estandarte do "trash" em suas últimas incursões na TV aberta, faz questão de frisar que sua nova casa profissional tem cada vez mais assinantes. "Estou em um canal que é muito prestigiado e tem ótima estrutura", elogia.

"Ele se adaptou ao que a gente queria. Deixou de ser popularesco, virou cult", explica Guilherme Zattar, diretor-geral do Multishow, sobre o "reposicionamento da imagem" de seu contratado.

"O canal trouxe um público novo para o Mallandro, e quem já era fiel a ele também o acompanha." O executivo diz não estar à caça de talentos da TV aberta, mas não descarta novas contratações.

Palmirinha Onofre era a vovó das gafes do "TV Culinária" na Gazeta até se tornar, na última semana, a estrela maior do canal pago Bem Simples, do grupo Fox.

"O que mais gostei [na TV fechada] foi de não precisar parar no meio da receita para fazer propaganda", conta Palmirinha, que espera continuar com a audiência de suas "amiguinhas", como se refere a suas espectadoras.

Aos 81, diz que seu diferencial é justamente a idade. "É por isso que o pessoal confia em mim." O tratamento no Bem Simples é VIP, com equipamentos sofisticados e produção para testar receitas. A única exigência que Palmirinha fez foi a de levar o boneco Guinho, que a acompanhava na TV Gazeta.

Em 2011, mais de um 1/3 dos 12 milhões de assinantes de TV por assinatura eram da classe C, segundo dados da ABTA (Associação Brasileira de TV por Assinatura).

DR. PET

"O crescimento do cabo e do consumo da classe C motivou a contratação de artistas mais populares e conhecidos do grande público", afirma Paulo Franco, vice-presidente de programação e conteúdo da Fox no Brasil.

Os canais Fox investiram pesado em 2012 em atrações com esse perfil, também de olho em cumprir a cota de programação brasileira fixada pela nova lei da TV paga.

Além de Palmirinha, também está no ar o "Missão Pet", com Alexandre Rossi, o "Dr. Pet" do quadro do "Domingo Espetacular" (Record).

Richard Rasmussen, do "Aventura Selvagem" (SBT), é outro que terá atração no NatGeo. Os cientistas do quadro "Ciência em Show", do "Eliana", no SBT, também foram contratados pelo grupo.

Franco afirma que o perfil da audiência na TV paga não é tão diferente do da aberta. "Muita gente gosta das coisas mais populares."

Colaborou ALBERTO PEREIRA JR.

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