Coleção revela a inquietude de Gio Ponti

Mestre da inquietude, Gio Ponti desenvolveu produtos para centenas de empresas, construiu edifícios em 13 países e lecionou em grandes universidades pelo mundo.

O italiano, morto em 1979 aos 87 anos, tornou-se um dos mais influentes designers e arquitetos do século 20. Parte de seu legado compõe o 11º volume da Coleção Folha Grandes Designers, a ser lançado em 22/7.

Durante as décadas de 1920 e 1930, Ponti assinou peças de cerâmica arrojadas e que se inspiravam no estilo neoclássico, como os chamados "tapetes coloridos" concebidos em 1929 para a Bolsa de Valores de Milão.

Assumindo o papel de mediador entre a inovação e a tradição, Ponti dizia perseguir o sonho de construir casas de móveis leves, que se adaptassem ao ritmo acelerado da vida moderna.

De seus traços curvilíneos surgiu a La Cornuta, máquina de café de 1948 que se tornou um dos símbolos da "dolce vita" da Itália no período pós-Guerra.

Em 1950, criou a Rocking Chair, cadeira de balanço acolchoada que se equilibra numa estrutura de madeira. Essa base sustenta um assento com trançado artesanal.

Como arquiteto, projetou os edifícios Villa Planchart, de 1955, na Venezuela, e Villa Nemazee, de 1960, no Irã, exemplos da busca por contrastes de cor e textura que constitui uma das linhas mestras de sua obra.

Sua atuação como designer e arquiteto tinha faceta formativa: para estimular o trabalho de jovens profissionais, promovia debates sobre os novos rumos do design. Entre os participantes dos colóquios estavam os então novatos Ettore Sottsass e Alessandro Mendini, destaques do pós-modernismo dos anos 1970, que emergiam como alternativa à geração de Ponti.