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Canal americano mostra Brasil "de rendeiras e pato no tucupi"

BRTV, no ar na Flórida, mira esporte, turismo e personagens do país

DE SÃO PAULO

Atendendo ao pedido de seu filho, Enzo, 12, Thor Medeiros, 35, resolveu montar um canal de televisão.

A brincadeira tomou forma, e há três meses esse paulistano, dono da produtora Cristal Líquido -que gera conteúdo para o Disney Channel-, iniciou as transmissões da BRTV.

O canal, com oito horas diárias de programação inédita, está no sistema aberto de TV digital da Flórida, nos EUA, disponível a um público de 3,1 milhões de pessoas.

"Eu tive o sonho de ter uma TV no Brasil. O Gugu [Liberato, da Record] também quis. No Brasil, a televisão não é para quem quer. É para quem tem padrinho", afirma.

Com o slogan "Brazil is here" (O Brasil está aqui), o canal exibe programação documental sobre o país, com foco em esportes, localidades turísticas e figuras curiosas. O conteúdo produzido até agora consumiu R$ 500 mil.

"Temos o padrão Globo de qualidade como leve inspiração", aponta Thor, cuja produtora já esteve a serviço de atrações da emissora carioca como o "Mais Você".

A julgar pelo discurso do empresário, o intento da BRTV é lustrar a imagem do país. "O Brasil que conheço não é um país só de favela, de bandido. É de pato no tucupi, das rendeiras, do candomblé, de Bonito (MS), do Tocantins, do Jalapão", elenca.

Curiosamente, os programas do canal ainda não têm legendas ou dublagem em inglês. "Mas já recebemos mais de 10 mil ligações dos americanos. Eles se encantam", garante Medeiros, que deve se mudar em definitivo para os EUA até o fim deste ano.

BUROCRACIA

O empresário se associou a dois brasileiros, Alex Pizani e Josias Baptista, para montar a TV. O último é cidadão americano, requisito do Federal Communications Comission, regulador das comunicações naquele país.

A programação infantil é outro ponto obrigatório. Para cumprir a cota, a BRTV exibe desenhos da Maurício de Sousa Produções. O canal não tem jornalismo.

"A ideia era ter entrado no ar só em julho, aproveitando as férias. Mas, uma vez que a licença saiu, tivemos 30 dias para entrar em operação", conta Medeiros.

(APJ)

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