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O segundo rolê do bonde

Banda indie que levou o funk às pistas internacionais mistura ritmos e vai de art punk a Caetano em "Tropical/Bacanal"

Gleeson Paulino/Divulgação
Da esq. para a dir., Rodrigo Gorky, Laura Taylor e Pedro D’Eyrot, da banda de funk Bonde do Rolê
Da esq. para a dir., Rodrigo Gorky, Laura Taylor e Pedro D’Eyrot, da banda de funk Bonde do Rolê

LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA

Siga-me neste rolê: sai hoje nos EUA o disco mais importante da música independente brasileira recente.

É o segundo álbum da banda de curitibanos que um dia fez certa fama mundial com funk carioca, ganhou um elemento mineiro, tem colaboradores jamaicanos e australianos e resgata à cena atual um baiano ícone da MPB.

Muito além do funk, com uma energia sonora absurda e cheio de referenciais e significâncias (veja abaixo), é lançado "Tropical/Bacanal", o segundo disco do trio.

Os bagunceiros do Bonde do Rolê foram os que melhor internacionalizaram a, desculpe, putaria do "batidão" das favelas cariocas misturada ao rock, com bombásticos shows em festivais americanos e em clubes da Europa.

À globalização sonora, de formação e de trajetória da nova fase, alia-se o lançamento do disco. "Tropical/Bacanal", que sucede "With Lasers" (2007), será editado pelo selo americano Mad Decent, com comercialização em lojas e no iTunes de lá, depois de uma novela tipo sai-não-sai.

A partir daí, o disco ganha distribuição no Brasil, no mercado europeu e na literal internet. Aqui, "Tropical/Bacanal" chega às lojas em agosto, via Deckdisc.

Desde o último disco, o trio passou por duas sacudidas na formação original e adicionou rockablilly, folk, hip-hop, reggae e axé a seu funk.

No novo álbum, cujas letras sacanas surgem também em inglês, o Bonde do Rolê juntou um time de colaboradores plural.

Convidaram da cantora jamaicana Ce'Cile ao art punk australiano The Death Seth. O mais inusitado de todos? Caetano Veloso.

O cantor e compositor baiano canta "Baby Doll de Nylon", versão do Bonde para uma música dos anos 1980 do guitarrista Robertinho do Recife, cuja letra é de autoria do próprio Caetano.

Segundo os rapazes do Bonde, Caetano disse nunca ter cantado em estúdio a música que escreveu. Seu refrão surge atualizado e globalizado em "Tropical/Bacanal": virou "Baby Don't Deny It".

"Adorava essa música do Robertinho e queria fazer algo parecido. Descobrimos que a letra era do Caetano e pensamos que seria incrível se ele participasse da gravação", diz o DJ Rodrigo Gorky.

"Tentamos um tempão nos aproximar dele por e-mail. Conseguimos seu número, pedimos ajuda a amigos em comuns e nada", lembra Pedro D'Eyrot, cantor do grupo.

"Contamos, então, esse desejo para o Diplo [produtor americano, dono da gravadora do Bonde], que em um telefonema armou jantar com o Caetano. No outro dia, ele estava gravando com a gente", contam os músicos.

O Bonde do Rolê, hoje, é completado pela cantora Laura Taylor, importada de Minas Gerais.

"Tropical/Bacanal" tem, entre outros, produção de Diplo, espécie de Midas atual da cena dance híbrida.

A Folha libera com exclusividade, para download, o próximo single do Bonde, "Bang", música com participação do rapper Kool A.D., do grupo Das Racist. A canção é uma das faixas de "Tropical/Bacanal". Vai aceitar o rolê?

Ouça e baixe "Bang", novo single do Bonde do Rolê
folha.com/no1128374

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