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Crítia pop

Poder de fogo do novo disco vem de "desrespeito" às tradições

MARCUS PRETO
DE SÃO PAULO

Peralá! Disco mais importante da música independente brasileira recente? Menos.

É preciso que se tenha em mente, sempre, que nem todo jovem artista nacional precisa -nem sequer deseja- criar seu som a partir da última referência descolada da cena indie gringa. E que poucos trabalham com o objetivo de ter carreira internacional, tocar em festivais americanos, ingleses ou russos.

Tudo isso é legal, mas é um caminho entre mil. E, se a nova música feita aqui fosse guiada só por essa visão, dançávamos todos. Em silêncio.

"Tropical/Bacanal" é um álbum surpreendente. Rico em ideias e abusado nas misturas. Vai constar, com mérito, em várias listas dos melhores de 2012. Mas, como têm foco comercial no mercado externo, não vai acrescentar nada ao desenvolvimento da música independente por aqui -como fazem os trabalhos de Criolo, Tulipa Ruiz e Gaby Amarantos, para ficarmos nos mais óbvios.

Isso dito, vamos ao Bonde.

Nem a produção, agora sofisticada, fez com que a banda caísse na armadilha de se levar a sério.

Continuam irresponsáveis por completo nas letras e na forma de compor e de cantar.

"Dança Especial" tem cheiro de É o Tchan, "Pucko" soa como Sergio Mendes, "Banana Woman" é samba de roda eletrônico,"Tilelê", repente.

Mas nada é exato assim. E é do "desrespeito", tanto pelas formas musicais brasileiras quanto pelo pop internacional, que nasce a tal "energia sonora absurda", poder de fogo que discípulos reverentes de uma ou de outra escola jamais alcançarão.

TROPICAL/BACANAL

ARTISTA Bonde do Rolê

LANÇAMENTO Mad Decent (EUA); lançamento no Brasil em agosto

QUANTO a definir

AVALIAÇÃO ótimo

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