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Prefeitura do Rio desapropria e tomba fábrica com ateliês de arte

Decisão adia despejo dos artistas que ocupam imóvel leiloado

DO RIO
DE SÃO PAULO

O prefeito Eduardo Paes (PMDB), candidato à reeleição no Rio, publicou ontem decreto desapropriando o prédio da antiga fábrica de doces Bhering, no bairro de Santo Cristo, na zona portuária do Rio.

Um segundo decreto publicado no "Diário Oficial" do município, também ontem, estabeleceu o tombamento do imóvel em razão do "valor arquitetônico da fábrica e de sua importância na paisagem urbana daquela região".

A medida tomada por Paes teve o objetivo de encerrar o impasse criado com o leilão judicial do imóvel, em 2011. Desde então, os representantes da Bhering contestam a negociação, que transferiu a propriedade do prédio.

Recentemente, a Justiça havia determinado a desocupação do imóvel, o que causou protestos dos atuais locatários: mais de 50 artistas instalaram ateliês pela antiga fábrica, que também abrigava 20 pequenas empresas.

Esses locatários também vinham tentando embargar a ação de despejo, alegando que a empresa que comprou o imóvel não informou à Justiça sobre a existência dos inquilinos no prédio.

Para saldar uma dívida dos donos da Bhering com o governo, a fábrica acabou arrematada em leilão pela empresa Syn-Brasil Empreendimentos por R$ 3,2 milhões. Os representantes da Bhering questionam o valor da venda alegando que o prédio valeria mais de R$ 30 milhões.

Segundo a Folha apurou junto a advogados envolvidos em casos semelhantes, a juíza Fernanda Duarte Lopes Lucas da Silva, que autorizou o leilão do imóvel, está sendo investigada pelo Conselho Nacional de Justiça por irregularidades em outros leilões em que propriedades também teriam sido vendidas por preços abaixo de seu valor.

A juíza não foi localizada até o fechamento desta edição. (FABIO BRISOLLA E SILAS MARTÍ)

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