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"Quando a gente fez o disco, minha música ganhou gênero, um nome"

DE SÃO PAULO

"O pessoal vivia me perguntando que tipo de música eu fazia. Porque eu não tinha essa coisa de gostar ou não gostar de samba, de pop ou de rock. E, por isso, ninguém sabia como me definir", lembra Milton Nascimento.

As dúvidas apareceram logo em 1967, quando o cantor Agostinho dos Santos inscreveu três músicas de Milton no Festival Internacional da Canção. Pela dificuldade em rotular aquele som, a comissão julgadora quase interrompeu a trajetória de Milton.

"Eu tirei o Milton do 'balaio'. Pedi permissão pra levar a fita pra casa e convenci o pessoal de que as músicas dele tinham de estar no festival", conta Eumir Deodato, responsável pelo arranjo do primeiro sucesso da carreira de Milton, "Travessia".

Cinco anos depois, Deodato fez alguns arranjos para o disco "Clube da Esquina".

"Quando a gente fez o 'Clube', minha música acabou ganhando um nome, um gênero. O disco bateu o martelo pra eu seguir fazendo aquilo, daquele jeito", diz Milton.

Lô Borges, que também assina a autoria do LP, participa do show de hoje.

"Fui parte ativa na transformação do Milton e o fato de a gente ter morado junto foi decisivo", avalia Lô. "Eu era beatlemaníaco, adorava rock inglês, Rolling Stones, Led Zeppelin. Ouvir aquilo em casa o dia inteiro mexeu muito com a cabeça dele."

Quem também relembra a longa convivência com Milton é Wagner Tiso, amigo de infância, com quem gravou diversos discos.

"O Milton era influenciado pelo jazz e pela MPB. Depois, com o Beto [Guedes] e o Lô, passou a ter uma sonoridade mais pop rock. A carreira dele deslanchou, sempre com muita qualidade."

(LUCAS NOBILE E MARCUS PRETO)

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