Festival traz banda que mantém jazz vivo

Só uma cidade tão cosmopolita como Nova Orleans (EUA) poderia inspirar um evento musical e gastronômico como o 10º Bourbon Street Fest, que começa hoje, em São Paulo, e se estende ao Rio (de 12/8 a 14/8) e Brasília (dias 16/8 e 17/8).

Na programação paulistana, destacam-se shows gratuitos no parque do Ibirapuera, neste sábado, a partir das 15h30. O encerramento, no dia 19, também será ao ar livre, em palco ao lado do Bourbon Street (em Moema), onde o chef Viko Tangoda serve um "jazz brunch", com pratos da culinária de Nova Orleans.

O eclético programa musical de amanhã inclui o funk e o rock da banda de metais Bonerama, o R&B e o funk de Tony Hall & The Heroes e o jazz tradicional da Preservation Hall Jazz Band, que está festejando seu cinquentenário.

Inspirada por pioneiros músicos de Nova Orleans, como Louis Armstrong (1901-71) e Jelly Roll Morton (1885-1941), a banda foi criada para manter vivo o primeiro estilo do jazz que, nos anos 1960, corria o risco de desaparecer.

Curiosamente, seu líder atual mais parece um músico punk, com seu cabelão desgrenhado. O produtor e tubista Ben Jaffe, 41, é o herdeiro do Preservation Hall, arcaico clube de Nova Orleans, que se tornou o quartel general da banda.

"Ao assumir a direção do Preservation Hall, na década de 1990, eu ficava apavorado ao pensar que teríamos de fechá-lo quando os músicos da banda original morressem", relembra Jaffe, que decidiu trazer músicos mais jovens, sem mudar a essência da banda.

"Nos primeiros anos, tive que passar ao menos meia hora, após os shows, tentando explicar aos velhos fãs que precisávamos renovar o nosso público", conta o músico.