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Ópera de Wagner aposta na atemporalidade Primeira versão paulistana de "O Crepúsculo dos Deuses" estreia amanhã no Municipal JOÃO BATISTA NATALICOLABORAÇÃO PARA A FOLHA "O Crepúsculo dos Deuses", de Richard Wagner (1813-1883), estreia amanhã em temporada de seis récitas. É a primeira montagem paulistana dessa ópera de 1876, que traz cinco horas de duração. Luiz Fernando Malheiro volta a regê-la, depois de montagem em 2004, em Manaus. Trata-se do quarto e último episódio de "O Anel do Nibelungo", o mais ambicioso projeto na história do teatro lírico. Baseado na mitologia teutônica, Wagner narra a ambição e os conflitos entre divindades, que trazem como figuras centrais o deus Wotan, o herói Siegfried e a valquíria Brünnhilde. O compositor escreveu bem mais que uma história. Seu projeto -tecido por um encadeamento contínuo de motivos melódicos e não por árias ou duetos fragmentados- foi o de produzir filosofia em forma de música e mostrar o embrião das impossibilidades e vícios humanos. Malheiro diz ter trabalhado com a soprano Eliane Coelho (Brünnhilde) para definir os andamentos, a nitidez de cada frase. A direção cênica é de André Heller-Lopes, também responsável, em 2011, pela magnífica "Valquíria". Seu "Crepúsculo" aposta na atemporalidade. Waltraute cobre a cabeça com adereços das montagens do final do século 19. Mas o palácio de Gunther é um salão burguês. A gruta de Brünnhilde tem cenário abstrato, concatenando fundo de biombos. Gunther traja um uniforme militar, e sua irmã, Gutrune, um vestido dos anos 1940. "São seres humanos, os primeiros a aparecerem no ciclo do Nibelungo", diz o diretor. Eliane Coelho, há 30 anos na Europa e nos corpos estáveis da Ópera Estatal de Viena, se diz confortável com o espetáculo. O remanejamento cronológico não é questionável, desde que o enredo e os personagens sejam preservados, o que fez Heller-Lopes. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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