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Grupo Corpo traz ao palco suas versões 'primitiva' e 'suave'

A coreografia "Benguelê" tem veia tribal e ritualística, enquanto "Sem Mim" aproxima-se de um balé clássico

Separadas por um período de 13 anos, as peças mostram mudanças estilísticas efetuadas pelo grupo

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

As coreografias "Benguelê" (1998) e "Sem Mim" (2011) -que o Grupo Corpo apresenta na Temporada de Dança do Teatro Alfa, de quarta até este domingo- não estão separadas apenas por um período de 13 anos.

Esse tempo entre as duas coreografias determinou também uma suave curva estilística. O coreógrafo Rodrigo Pederneiras considera a primeira delas "mais primitiva"; a segunda "bem mais suave e lírica". No meio, houve um percurso que, em diferentes graus, combinou estilos regionais, a dança contemporânea e o balé clássico.

Foram cinco outros trabalhos, entre eles "Santagustin" (2002), "Onqotô" (2005) e "Breu" (2007), elaborados a partir de trilhas assinadas por compositores brasileiros.

"Benguelê" se inspira na África, especialmente das regiões que influenciaram a cultura brasileira. Ordena-se pela formação de coros, com grupos de bailarinos experimentando veia tribal e ritualística. Passa pelo maracatu e o congado.

Não há "pas-de-deux" e "fouettés" nessa peça, mas sim uma espécie de celebração rítmica das festas da cultura negra, ao som de composições de João Bosco. São 11 temas criados para "Benguelê"; ou recriados, caso do chorinho "1 x 0", de Pixinguinha, e "Tarantá", do folclore.

"Sem Mim" é mais vertical, o que a aproxima um pouco mais da técnica do balé clássico. "Os bailarinos praticamente não vão ao chão. A criação é baseada no movimento das marés, e há muitas mulheres em cena. É um espetáculo mais feminino e mais suave", diz Pederneiras.

Com forte presença de violas, a trilha da peça foi composta por Carlos Núñez e José Miguel Wisnik, a partir do célebre "Ciclo do Mar de Vigo", com músicas do compositor Martín Codax, que viveu entre os séculos 13 e 14.

A companhia já se prepara para os ensaios de uma nova coreografia, que deve estrear somente em agosto do ano que vem, com composições do músico Lenine.

GRUPO CORPO

QUANDO quar., qui. e sab., às 21h; sex., às 21h30; e dom., às 18h
ONDE Teatro Alfa (r. Bento Branco de Andrade Filho, 722, tel. 0/xx/11/5693-4000)
QUANTO R$ 40 a R$ 120
CLASSIFICAÇÃO livre

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