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Após 'cumprir seu papel', mostra Paralela não ocorrerá neste ano

Evento, que era simultâneo à Bienal de SP desde 2002, dará lugar a exposição sem curadoria

Diante de mercado de arte mais consolidado e com mais espaços, organizadores e artistas falam em fim de ciclo

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Após cinco edições, a mostra Paralela, concebida por galeristas de São Paulo desde 2002 e realizada sempre simultaneamente à Bienal Internacional de São Paulo, deixará de ocorrer a partir deste ano, segundo seus organizadores -entre os quais estão nomes como Márcia Fortes e Ricardo Trevisan.

Embora exista a possibilidade de que a mostra se articule a outros eventos -à feira SP-Arte, por exemplo-, o diálogo que procurou estabelecer com a Bienal de fato chegou ao fim.

"A Paralela cumpriu seu papel, fechou um ciclo", diz Márcia. "Não fazia sentido dar continuidade a ela."

A mostra foi criada para ser uma vitrine da arte contemporânea brasileira no momento em que a Fundação Bienal passava pela crise de gestão que culminou na apelidada Bienal do Vazio (2008).

A perda de força da Paralela ocorreu por uma simples razão: seus organizadores, bem como os artistas representados por eles, enfim conquistaram espaço dentro e fora do país.

Não havia mais necessidade, portanto, de fomentar um movimento de luta por representatividade.

"Basta compararmos o momento em que a Paralela foi criada e o momento em que estamos agora", diz Ricardo Trevisan, dono da Casa Triângulo. "Havia crise na Bienal, não existia feira de arte no Brasil nem a participação de galerias brasileiras em feiras de arte internacional."

Eliana Finkelstein, presidente da Abact (Associação Brasileira de Arte Contemporânea), também considera que a Paralela "cumpriu seu ciclo". Segundo ela, hoje existe mais participação das galerias na própria Bienal de São Paulo. "É uma relação com a fundação que não havia na gestão anterior", diz.

O produtor Marcos Farinha, que esteve na organização da Paralela desde sua primeira edição, diz que uma nova proposta vai ocupar o lugar do evento.

O galpão do Liceu de Artes e Ofício, na Luz, onde foram realizadas as duas últimas mostras, continua à disposição dos organizadores. O formato muda completamente.

A exposição proposta agora, "Artes e Ofícios¹ - Para Todos", não tem curadoria. Os trabalhos são selecionados "por ordem de chegada".

A ideia se inspira em projeto desenvolvido por Walter Hopps (1932-2005) nos Estados Unidos nos anos 1960.

Os critérios de seleção foram divulgados anteontem -um "flyer" de convocação circula pelo Facebook.

O anúncio diz: "Você está convidado a comparecer com uma obra de arte de sua autoria no Galpão do Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, no domingo, dia 2 de setembro, ou na segunda, dia 3, das 11h às 19h". A mostra será aberta no dia 4/9.

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