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Osesp cativa público do Royal Albert Hall

Orquestra Sinfônica do Estado apresenta obras de Dvorak e Villa-Lobos no tradicional festival britânico Proms

'Momoprecoce', peça pouco conhecida do brasileiro, foi tocada de forma impecável ao piano por Nelson Freire

Desirée Furoni/Divulgação
Concerto da Osesp no Royal Albert Hall, em Londres, na última quarta-feira
Concerto da Osesp no Royal Albert Hall, em Londres, na última quarta-feira

JOÃO BATISTA NATALI
ENVIADO ESPECIAL A LONDRES

Os músicos estavam eufóricos ao final do concerto da última quarta-feira da Osesp (sinfônica do Estado) em Londres. As 5.000 pessoas que lotavam o Royal Albert Hall, também. Aplaudiram com as mãos e com o barulho cadenciado dos sapatos no assoalho para ganharem duas peças como bis.

O concerto fez parte do tradicional festival Proms e foi a primeira apresentação da orquestra em sua quarta turnê europeia -ela se apresentaria ontem na cidade britânica de Aldeburgh e amanhã estará em Wiesbaden, Alemanha.

Roger Wright, diretor musical do festival, já previa a venda de todos os ingressos, por três razões: Nelson Freire como solista, Marin Alsop como regente e pelo interesse pelo Brasil, próximo anfitrião da Olimpíada.

No programa estavam a "Sinfonia nº 9", de Dvorak; "Fanfarra para um Homem Comum", de Aaron Copland; e "Fanfarra para uma Mulher Incomum", de Joan Tower. Em seguida, "Momoprecoce", de Villa-Lobos, com Nelson Freire ao piano. Por fim, quatro danças do balé "Estância", do argentino Alberto Ginastera.

Os músicos se apresentaram propositalmente extrovertidos, o que é apropriado a um festival de verão.

Nelson Freire estava inspirado. Sua peça é dificílima. Ele demonstrava excepcional atenção à regente e colocou sobre o piano a partitura de Villa-Lobos, que seu olhar mal consultou.

O público do Royal Albert Hall pode carregar bebidas a suas poltronas e aplaudiu nos intervalos dos movimentos: duas heresias para os hábitos internacionais.

Grupos esparsos exerceram, de modo inesperado, o senso de humor britânico: aplausos frenéticos quando o spalla Emmanuele Baldini apertou a tecla lá do piano para afinar a orquestra e um um "croaque-croaque", vindo de um artefato doméstico de percussão, quando um idoso descia com dificuldade a escada para ocupar, com atraso, seu lugar.

Apesar de sua extensa experiência internacional, a Osesp encarou o Proms como um vestibular. E comemorou sua unânime aprovação.

O jornalista JOÃO BATISTA NATALI é hospedado na Europa pela Fundação Osesp

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