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Crítica Biografia

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Mitch alivia a barra de Amy como se ela fosse só vítima

DO CRÍTICO DA FOLHA

Se você é fã de Amy Winehouse, deverá gostar de "Amy, Minha Filha", escrito pelo pai da cantora, Mitch Winehouse.

Mitch conta histórias curiosas sobre a infância e a adolescência de Amy. Ela é descrita como uma menina doce e divertida, que sempre foi apaixonada por música e desde pequena mostrou um talento enorme para cantar.

O primeiro terço do livro conta a vida de Amy até o lançamento de seu segundo disco, "Back to Black" (2006), um sucesso mundial que a transformou numa estrela.

Os dois terços finais são tristes e lidam com o mergulho de Amy nas drogas e no álcool. O período coincide com seu casamento com Blake Fielder-Civil, que Mitch claramente odeia e a quem responsabiliza pelos problemas da filha.

Sucedem-se histórias e mais histórias de overdoses, escândalos, brigas, internações e perseguições de "paparazzi". Mitch acusa jornais e tabloides ingleses de armar situações para flagrar Amy. A impressão é de que a filha foi só uma vítima.

Mais que uma biografia da cantora, o livro é o relato do caos que assola a vida de famílias que precisam lidar com o vício. Em certo momento, nem o próprio Mitch aguenta: "Fui viajar; precisava tirar umas férias de Amy", escreve.

Como trabalho de pesquisa, "Amy, Minha Vida" é cheio de falhas. Não há histórias ali que não tenham sido contadas antes, de forma mais isenta e competente por outras pessoas.

E Mitch, pai coruja, alivia a barra da filha em vários trechos do livro. A turnê brasileira de Amy, em janeiro de 2011, seis meses antes de sua morte, é descrita como um triunfo artístico. Mas quem esteve lá sabe que ela mal conseguia cantar.

(AB)

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