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Destaque do cenário afrobeat, Budos traz sua mistura ao Brasil

Banda instrumental de Nova York mostra uma mescla enérgica de ritmos africanos e rock

Peça fundamental do revival do gênero nos EUA, banda tem no grupo Antibalas uma espécie de norte

ADRIANA FERREIRA SILVA
DE SÃO PAULO

Os instrumentistas da Budos Band são de Staten Island, distrito nova-iorquino distante muitos quilômetros da agitação de Manhattan, mas, por sua sonoridade, este supergrupo poderia muito bem ser confundido com uma big band africana.

Em suas concorridas performances, afrobeat, afrosoul, funk, rock psicodélico e jazz etíope, entre outros ritmos, mesclam-se em enérgica interpretação, que chega a São Paulo nesta sexta e sábado, quando 11 integrantes da banda se apresentam já com ingressos esgotados.

The Budos Band integra o cenário que revitaliza o afrobeat, estilo criado por Fela Kuti na Nigéria, nos anos 1970, a partir da mistura de jazz, funk e músicas tradicionais como o "highlife".

Deste panorama, o norte-americano Antibalas, que acaba de lançar um disco homônimo, é a banda de maior notoriedade e a inspiração para o próprio Budos.

"No início dos anos 2000, descobrimos esta cena de soul e afrobeat em Nova York. Era muito empolgante assistir às temporadas do Antibalas", descreve Jared Tankel, que toca sax barítono.

Até então, diz, ele e os amigos tocavam punk, hip-hop e hardcore, referências que posteriormente se integraram ao som do Budos e que se tornaram seu diferencial.

"O Antibalas, por exemplo, tem um álbum mais experimental mas, na maior parte do tempo, eles tocam afrobeats", afirma Tankel.

"Nós começamos pelo afrobeat, mas depois mudamos para o afrofunk, jazz etíope, afrosoul. Agora estamos numa fase identificada com o rock psicodélico."

Essas transições são marcantes em seus três CDs. O segundo, "The Budos Band II", tem referências rasgadas ao jazz do etíope Mulatu Astatke.

"Quando estávamos fazendo este disco, ouvimos todos os LPs de Mulatu Astatke. Mas o funk de James Brown, o soul dark de Curtis Mayfield e, claro, Fela Kuti são grandes inspirações", lista Tankel.

Sobre fazerem parte de um movimento de revivalismo, o saxofonista relativiza. "Tudo o que é feito em música atualmente têm como influência algo do passado".

"O fato de ouvirmos composições do fim dos anos 1960, início dos 1970, é o mesmo que uma banda que adora o rock feito na década de 1980", compara Tankel.

Sobre o título cifrado do conjunto, uma explicação necessária: Budos deriva de Los Barbudos, título alterado após eles descobrirem que o ex-ditador Fidel Castro tinha um time de beisebol com o mesmo nome. "Foi para evitar questionamentos políticos. Nosso foco é a música."

THE BUDOS BAND
QUANDO sex. e sáb., às 21h30
ONDE Sesc Pompeia (r. Clélia, 93, tel. 0/XX/11/3871-7700)
QUANTO R$ 24
CLASSIFICAÇÃO 18 anos

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