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Foco Exposição reúne projetos urbanos de Le Corbusier para São Paulo e Rio SILAS MARTÍDE SÃO PAULO Na visão de Le Corbusier, o pai da arquitetura moderna, São Paulo deveria ser cortada por dois megaviadutos que se cruzam no centro da cidade. Suas pilastras sustentariam moradias em forma de cubo e automóveis circulariam velozes a quase cem metros acima do nível da terra. Le Corbusier fez desenhos para São Paulo, Rio, Montevidéu e Buenos Aires numa viagem a essas cidades em 1929. Na primeira vez que andou de avião, o arquiteto mudou sua percepção da escala dos espaços e começou a repensar a matriz cartesiana de sua arquitetura diante do terreno selvagem da América. Esses desenhos estão reunidos agora numa exposição no Centro Universitário Maria Antonia, que fica a algumas quadras de onde Le Corbusier ficou hospedado em São Paulo, a antiga residência do fazendeiro de café Paulo Prado, em Higienópolis. "Foi a viagem mais transformadora dele", diz Rodrigo Queiroz, um dos curadores da mostra. "A superfície da arquitetura moderna era abstrata antes da América, mas quando ele observa o território como plataforma do projeto moderno, vê que ele não é anódino, neutro, ideal." Enquanto São Paulo teria seu mar de morros interligado pelas supervias elevadas, o Rio, no projeto de Le Corbusier, ganha uma matriz mais fluida, que contorna seus vários morros e enseadas. Seu projeto para a capital fluminense é talvez o mais radical e inovador de sua obra até então, ao incorporar curvas, antes reservadas a seus espaços domésticos, a planos de grande escala, amolecendo os ângulos retos que tanto marcaram sua trajetória. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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