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Festival de curtas revê origens do cinema

Mostra, que começa hoje em São Paulo, relembra o legado de Georges Méliès e apresenta obras inéditas no país

Seleção traz filmes de Jorge Furtado e Louis Garrel e reúne mais de 350 títulos em sessões gratuitas até o dia 31/8

DOUGLAS GAVRAS
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O ano é 1902. Um grupo heterogêneo de curiosos se reúne ao redor de um projetor de filmes para assistir a aventura insólita que seis sábios, membros do Clube dos Astrônomos, empreendem em uma expedição rumo à Lua.

Cento e dez anos mais tarde e algumas léguas para o oeste, o público poderá rever as origens do cinema com a exibição de "Viagem à Lua", produção do francês Georges Méliès (1861-1938) considerada pioneira da animação no cinema e parte da programação do 23º Festival de Curtas Metragens de São Paulo.

O festival, que abre amanhã para o público, exibe até 31 de agosto mais de 350 filmes em sessões gratuitas.

Um dos convidados é o curador Serge Bromberg, que liderou a restauração do filme célebre de Méliès, que, como recorda o francês em entrevista à Folha, "criava mundos fantásticos" aplicando efeitos fotográficos que aprendeu em seus shows de ilusionismo.

"Méliès é o herói de Tim Burton, Steven Spielberg e George Lucas. Fez animações em uma época em que a magia da ficção se expressava através dos romances de Júlio Verne", disse Bromberg, que administra um acervo de mais de 40 mil filmes raros.

O francês exibirá curtas clássicos em sessões acompanhadas ao piano, ao vivo, pelo grupo instrumental

O Grivo, que trabalha na composição de trilhas sonoras.

"Um efeito especial atrás do outro não é mais magnífico, mas, quando você assiste a um filme antigo, é tão inocente que se torna impossível não se comover", diz.

Entre as raridades, o festival apresenta dois curtas sobre o Brasil, concebidos em 1925 e 1932 e ainda inéditos no país. "Os títulos são surpresa, o espectador brasileiro não irá se arrepender", adianta Bromberg.

Questionado sobre o papel do cinema nos dias de hoje, ele é enfático. "Ainda é pelos filmes que se dá uma das formas mais simples, humanas e sinceras de integração."

HISTÓRIAS BREVES

"Apostamos na diversidade de olhares e discursos do cinema", define Zita Carvalhosa, diretora da mostra.

Entre os destaques internacionais está "A Regra de Três". Dirigido e protagonizado pelo ator francês Louis Garrel, acompanha três amigos que dividem sonhos e incoerências em uma terça-feira de primavera em Paris.

A programação conta também com "Até a Vista", do gaúcho Jorge Furtado. No filme, um aspirante a cineasta vai até Buenos Aires a fim de tentar comprar os direitos de um livro e encontra o autor, que pede em troca uma viagem ao Brasil, para reencontrar seu passado.

O festival apresenta ainda "A Dama do Estácio", em que Eduardo Ades conta o drama de uma prostituta, vivida por Fernanda Montenegro, que antevê a própria morte e decide se preparar para isso.

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