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Coleção revela os enigmas de Laura Restrepo

Em 'Delírio', escritora colombiana mergulha no labirinto sombrio da mente humana

DE SÃO PAULO

"Todos os segredos são guardados na mesma gaveta, a gaveta dos segredos. Ao revelar um, você corre o risco de que a mesma coisa aconteça com os outros", provoca a a escritora Laura Restrepo a certa altura de seu romance "Delírio".

Escrito originalmente em 2004 pela autora colombiana, o livro acompanha a busca de uma mulher por seu passado e é o 18º volume da Coleção Folha Literatura Ibero-Americana, que chega às bancas em 2/9.

No enredo, um homem volta para casa depois de uma breve viagem e descobre que sua mulher, Agustina, está enlouquecendo.

Não tendo ideia do que pode ter acontecido a ela durante os três dias em que esteve ausente, ele tenta investigar as origens da crise e acaba por descobrir o pouco que sabe sobre os choques profundos escondidos no passado da mulher que ama.

Contada a várias vozes, a história desenrola-se a partir do momento mais dramático da vida da protagonista.

O romance retrata um drama familiar que se estende por várias gerações e que é também o reflexo assustado de um país ainda em busca de sua identidade e de curar suas cicatrizes.

"Delírio" é vencedor do Prêmio Alfaguara de 2004 e foi definido à época pelo escritor José Saramago (1922-2010), que presidiu o júri da premiação, como "a expressão de tudo o que a realidade colombiana tem de fascinante e de terrível".

"Quando o nível da escrita chega onde Restrepo o levou, ele deve ser valorizado", completou o português.

Laura Restrepo nasceu em Bogotá em 1950. Formada em filosofia e letras, dedicou-se ao magistério em seu país e atuou como professora visitante da Universidade Cornell, nos Estados Unidos.

Restrepo conciliou a militância política com as suas atividades como escritora e jornalista, sendo nomeada em 1983 membro da comissão que negociou a paz entre o governo colombiano e o grupo guerrilheiro M-19.

Em 1986 publicou seu primeiro livro: "Historia de un Entusiasmo", fruto de suas experiências políticas.

Além do Alfaguara, recebeu os prêmios Sor Juana Inés de la Cruz, o France Culture e o Grinzane Cavour.

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