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Mônica Bergamo

monica.bergamo@grupofolha.com.br

QUIS COMPRAR O 'SAMBA'

Divulgação Malba/Fundação Costantini
Eduardo Costantini com o “Abaporu”, no Malba
Eduardo Costantini com o 'Abaporu', no Malba

O empresário argentino Eduardo Costantini, 65, transformou há dez anos sua coleção de arte em um dos maiores museus privados da América do Sul, o Malba (Museo de Arte Latino-Americana de Buenos Aires). O acervo da instituição conta com o "Abaporu", de Tarsila do Amaral, arrematado em leilão por U$ 1,4 milhão, em 1995. Costantini participa no próximo dia 4 do seminário "O Colecionismo no Brasil do Século 21", da revista "ARTE!Brasileiros", em SP. Ele falou à coluna por telefone, de Buenos Aires. E revelou ter tentado comprar o quadro "Samba", de Di Cavalcanti, de uma coleção particular destruída há 15 dias em um incêndio no Rio.

Folha - Por que é difícil as coleções particulares irem parar nos museus?
Eduardo Costantini - Não há um assistência do governo às iniciativas privadas. Na Argentina, o Estado não ajuda museus como o Malba. Para operarmos, não há incentivos. É um problema cultural no qual o privado e o público não se reconhecem.

E como mantém o Malba?
Tenho que colocar a diferença. O déficit no ano passado foi de três milhões de dólares. Quando alguém do setor privado decide abrir um museu, isso implica manter esse museu por um tempo, é algo a longo prazo.

Como está o projeto de fazer um Malba no Brasil?
Não achamos que haja muito interesse do Brasil. Para nós, o Brasil está mais interessado na arte brasileira e não tanto na latino-americana. Estamos dispostos a emprestar a longo prazo o "Abaporu", temos obras brasileiras importantes. Manifestamos à presidenta Dilma uma ideia genérica, mas não recebemos de nenhum empresário algum interesse concreto.

Pensa em um dia vender o "Abaporu"?
Não posso. O museu não pode perder obras tão significativas. Mas sempre estamos dispostos a colaborar, a emprestar. Se institucionalmente essa obra é tão importante para o Brasil [pausa]... O que acontece é que quase sempre o Brasil está olhando para o outro lado, como fez quando não adquiriu essa obra no leilão. Essa é a realidade. E agora é uma pena esse incêndio no Rio [na casa do marchand Jean Boghici]. Quis comprar há 15 anos o quadro de Di Cavalcanti que pegou fogo ["Samba"]. E o Jean me disse que estava prometido para sua filha [Sabine].

Por que aumentou o interesse pela arte brasileira?
Há uma maior visibilidade da arte latino-americana. Muito por causa do crescimento econômico e da convergência política e econômica da América Latina. Hoje, é muito diferente a posição que a arte latino-americana ocupa. Isso se vê com a disponibilidade de obras. Fazer uma coleção como a do Malba é difícil porque não há obras e os valores se multiplicaram por mais de dez vezes.

PAULISTÂNIA

A diretora Marcela Lordy e a atriz Martha Nowill assinam o roteiro do filme "Aluga-se", com exibição amanhã na Cinemateca dentro da programação do Festival Internacional de Curtas-Metragens. Filmado em fevereiro na zona oeste da cidade, "Aluga-se" tem como pano de fundo o fato de São Paulo ter se tornado um canteiro de obras. Martha atua na produção ao lado de Silvio Restiffe.

LENNY & LENNY
A estilista de moda praia Lenny Niemeyer perdeu o direito de usar seu primeiro nome como marca. A Justiça endossou decisão do INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial) que deu ao designer de acessórios Lenny Mattos a propriedade da marca "Lenny". Ela recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça).

NIEMEYER
"Eu era Lenny antes dela e agora está provado", diz Mattos, que abriu os processos há dez anos. A estilista já passou a adotar a marca "Lenny Niemeyer". "Unimos a circunstância de ter que mudar o nome com uma nova fase, mirando em um público mais jovem", diz Flavia Leal, gerente de marketing da empresa.

FOGUEIRA
O clima em setores do PT ligados a réus do mensalão é de "terra arrasada" depois dos votos de Rosa Weber e Luiz Fux no STF (Supremo Tribunal Federal) pela condenação de João Paulo Cunha. Nas palavras de um dos advogados, o ministro Ricardo Lewandowski abriu uma "clareira" ao proferir alentado voto pela absolvição. Os dois, no entanto, ignoraram os argumentos.

O INESPERADO
O voto de Fux foi o que mais "chocou" alguns réus: indicado pela presidente Dilma Rousseff, ele era dado como voto certo pela absolvição, apesar da percepção de ministros do próprio STF, antecipada pela Folha, de que dava sinais no sentido da condenação. Fux, no entanto, ainda é tido por advogados mais otimistas como voto "possível" pela absolvição de José Dirceu.

POR UM FIO
Já o voto de Rosa Weber, que passou a ser temido por petistas depois que ela chamou o juiz Sergio Moro, tido como "linha-dura", para auxiliá-la, há alguns meses, foi tido como menos "radical" e inesperado que o de Fux. Ao contrário do colega, ela discordou em alguns pontos do relator Joaquim Barbosa. Réus ainda não dão seu voto como totalmente perdido.

RACHA
E há certa tensão entre acusados. Muitos acham que Dirceu traçou estratégia própria para se defender no STF.

PONTO DE PARTIDA
Uma das premissas colocadas por Fux em seu voto, o de que a defesa de um acusado precisa provar a sua versão, incomodou ministros mais antigos da corte. "Haverá vida institucional no STF depois do mensalão", pondera um deles, afirmando que cabe sempre à acusação provar o que diz.

LARANJAL
O Ministério da Agricultura determinou que, para ser considerada néctar de laranja (fruta diluída em água), uma bebida precisa ter pelo menos 50% de suco -antes, a exigência era de 30%.

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Produtores terão 180 dias para se adequar à medida.

RENASCIDA
A bispa Sonia Hernandes, da igreja Renascer, estreou perfil no Facebook. Até o começo da tarde de ontem, mais de 5.000 pessoas haviam "curtido" sua página.

DILMA COMO ELA É
"O talento do Celso é revelar as pessoas como elas são, ele não tenta criar um visual falso. Ressalta o que cada pessoa tem de melhor e faz com que você valorize as suas próprias qualidades." Os elogios são de Dilma Rousseff a seu cabeleireiro, Celso Kamura, na edição da revista "Vogue" que chega às bancas em setembro.

DIVINO DO NORDESTE
José Loreto, o Darkson de "Avenida Brasil", diz que já foi convidado para trabalhar em nova trama na Globo. Desconhece os detalhes, mas sabe que seu personagem terá sotaque nordestino.

OS SOPRANOS
O Theatro Municipal foi palco da entrega do Prêmio Carlos Gomes de Ópera e Música Erudita, anteontem. Estiveram lá Fabio Armiliato, que participou do último filme de Woody Allen, o tenor Martin Muehle, a soprano Daniela Dessì e a diretora Livia Sabag.

DIGA XIS-TUDO
O livro "80's Fotografias Analógicas", do fotógrafo Mujica, foi lançado no restaurante Ritz, na segunda. A modelo Andrea Coimbra e o designer Roberto Stelzer foram ao lugar, nos Jardins, famoso por seu hambúrguer.

CURTO-CIRCUITO

A associação Ahpas promove jantar beneficente no restaurante Bonjardim, no Itaim, hoje, às 19h30.

Fabio T. Farah lança hoje o livro "A Outra Face de Deus", na Livraria da Vila do JK Iguatemi, às 18h30.

Foi aberta a loja virtual Granulado (lojagranulado.tanlup.com), com objetos relacionados a fotografia.

A Cosac Naify lança hoje "Retrato Calado", em memória aos 25 anos de morte de Luiz Roberto Salinas Fortes. Marilena Chaui e Vladimir Safatle debatem no teatro da USP, às 19h30.

com ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER, CHICO FELITTI e LÍGIA MESQUITA

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