Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Mostra sem curador reúne iniciantes e nomes consagrados

Para participar de exposição no Liceu de SP bastava levar uma obra de autoria própria

GUSTAVO FIORATTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para construir a obra "Totem", o italiano Francesco Di Tillo, 28, passou o domingo recolhendo o lixo produzido pelos 310 artistas que compartilharam um mesmo espaço.

Bem no centro do galpão do Liceu de Artes e Ofícios, na Luz, a montanha foi ganhando volume, cheia de plástico bolha e papelão.

Assim como Tillo, os outros artistas da exposição "Artes e Ofícios¹ - Para Todos" não foram selecionados por um curador. Para conseguir um lugarzinho, bastava chegar com uma obra de autoria própria e fazer a inscrição.

A porta do galpão foi aberta às 11h, quatro horas depois de o estudante de artes Fernando Braida, 21, de Juiz de Fora (MG), chegar com um retrato em aquarela. A fila cresceu até quase cem metros. Ao meio-dia, a organização passou a distribuir senhas, para que os artistas não precisassem ficar em fila sob o sol.

Ao som de marteladas, os trabalhos foram ocupando todo o galpão. Alguns artistas mais cotados deram as caras, como Rodolpho Parigi, Fábio Gurjão e Antonio Malta.

O diretor de criação Nathan Cornes, 37, não conhecia o trabalho de Nuno Ramos, que instalou um tríptico à direita de sua obra. "Acho ótimo igualar todo mundo. Aqui, você vai ter um quadro de um cara da praça da República e outro feito por alguém da USP que está desconstruindo a arte do século 20", diz.

A obra de Cornes chama-se "Pirueta". Nela, cubos de gelo com aquarela derretem sobre a tela, dando origem a paisagens quadriculadas.

A divulgação da exposição, por Facebook, chegou aos ouvidos de artistas que trabalham fora do Brasil. As suecas Merzedes Sturm-Lie, 20, e Cecilie Hundevad Meng Sovensen, 26, demarcaram com fita adesiva o lugar onde vão realizar uma performance.

A dupla está pesquisando fatos relacionados ao anarquismo no Brasil e se interessou pela comunidade italiana Colônia Cecília, que existiu no Paraná no século 19.

ARTES E OFÍCIOS
QUANDO todos os dias, das 11h às 18h; até 16/9
ONDE galpão do Liceu de Artes e Ofícios (r. Jorge de Miranda, 676, tel. /xx/11/2155-3300)
QUANTO grátis

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.