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Evento transforma Rio de Janeiro em galeria a céu aberto

Projeto OiR reúne 5 artistas estrangeiros e 1 brasileiro para ocupar espaços públicos da cidade com obras

Nome mais pop do evento, o inglês Brian Eno exibirá 77 milhões de pinturas digitais nos Arcos da Lapa

MARCO AURÉLIO CANÔNICO
DO RIO

Postado em frente a uma das paisagens mais simbólicas do Rio -a enseada de Botafogo, com o Pão de Açúcar ao fundo- e encarregado de criar para aquele espaço uma obra de arte, o espanhol Jaume Plensa se perguntou: "Como você compete com essa vista? É impossível".

Sua solução: colocar no mar uma cabeça de 12 metros de altura, de uma brancura "imaculada", que não poderia ser ignorada.

Ser discreto, diz ele, seria um erro fatal para os seis artistas que participam da primeira OiR (Outras Ideias para o Rio), uma mostra internacional de arte que se propõe a ocupar espaços públicos (e simbólicos) da cidade com obras variadas.

"Tentamos fazer o Rio ter uma nova conversa com a arte. O que eu quero é agitar a cidade, não ser discreto, porque se não minha obra não faz falta", diz Plensa.

Segundo o curador do projeto, Marcello Dantas, o primeiro critério de seleção de participantes foi buscar artistas estrangeiros que tivessem experiência em espaços públicos amplos.

"É um imenso desafio trabalhar com essa escala monumental e espetacular da cidade", diz Dantas, que criou o OiR em parceria com a Nau Consultoria de Arte.

Com esse foco, ele convidou, além do espanhol Plensa, o veterano americano Robert Morris, o japonês Ryoji Ikeda, os ingleses Andy Goldsworthy e Brian Eno e o brasileiro Henrique Oliveira.

A maior parte das obras se caracteriza pela interatividade: Morris colocou na Cinelândia, no centro do Rio, um labirinto de vidro; Goldsworthy criou um domo de argila penetrável num espaço cultural na zona portuária.

Oliveira ocupou o recém-criado Parque Madureira (zona norte) com sua "Cascasa", uma escultura de madeira com um túnel no meio.

Dois dos convidados apostaram em projeções: Ikeda usou como tela as areias e o mar da praia do Diabo, no Arpoador (zona sul); já Brian Eno, o nome mais pop do evento, exibirá 77 milhões de pinturas digitais nos Arcos da Lapa a partir do dia 19/10.

As obras do OiR ficam em exposição até 2 de novembro, com exceção das projeções de Ikeda (até amanhã) e de Eno (de 19 a 21 de outubro). O projeto se repetirá, com outros artistas, em 2014 e 2016.

A localização exata das obras pode ser encontrada no site www.oir.art.br.

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