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Mocinha soturna

Débora Falabella diz à Folha que Carminha e Nina são o par romântico de "Avenida Brasil" e que está preparada para mais sofrimento na novela da Globo

Tomás Rangel/Folhapress
A atriz Débora Falabella, que interpreta Nina em "Avenida Brasil", novela das 21h da Globo
A atriz Débora Falabella, que interpreta Nina em "Avenida Brasil", novela das 21h da Globo

ALBERTO PEREIRA JR.
DE SÃO PAULO

Quando sua personagem Nina foi enterrada viva em "Avenida Brasil", Débora Falabella, 33, não precisou disfarçar o que estava sentindo naquele momento.

"Foi um horror! Era um pouco claustrofóbico. Estava frio, com a terra molhada. Era uma cena muito forte", diz a atriz, em entrevista à Folha.

Cenas fortes. Essa tem sido a rotina da intérprete desde a estreia da novela da Globo, em março deste ano.

"'Avenida Brasil' não poupa a gente", diverte-se ela, que encarna pela primeira vez uma protagonista do horário nobre.

Mas Nina não é igual às mocinhas tradicionais da TV. O que move a chef de cozinha é um desejo de vingança contra Carminha (Adriana Esteves), madrasta que a abandonou criança em um lixão.

Nas artimanhas da personagem vale mentir, roubar, seduzir homens casados e enrolar seu eterno amor de infância. Tudo para ficar mais perto de seu alvo.

"Carminha e Nina são quase como o par romântico da novela. É um trabalho em dupla e, apesar de sermos antagonistas, essa parceria com a Adriana é uma das mais especiais que tive na TV", diz.

"Temos de nos dar muito bem para conseguirmos nos odiar tanto na novela."

Sobre a popularidade da verdadeira vilã da história, Débora tem a resposta na ponta da língua.

"João [o autor João Emanuel Carneiro] fez uma inversão completa. De um lado, uma vilã solar e carismática; do outro, uma mocinha mais sombria, soturna... Do mesmo jeito que vemos maldade em Nina, enxergamos um lado humano em Carminha."

PÚBLICO

Com um texto bastante ágil e fotografia de alta qualidade, "Avenida Brasil" mobiliza torcidas pelo país todo.

"Quando penso em uma grande novela, como 'Roque Santeiro', não me lembro dessa repercussão toda. Hoje em dia, com a internet, parece que tudo virou uma coisa só", explica Falabella.

A audiência costuma alcançar a casa dos 40 pontos no Ibope -cada ponto equivale a 60 mil domicílios na Grande São Paulo-, em meio às reviravoltas que o autor propõe à trama.

Seria Nina a Beatrix Kiddo (Uma Thurman), dos filmes "Kill Bill v. 1 e v. 2", dirigidos por Quentin Tarantino?

"Há cenas semelhantes. É uma referência muito próxima das pessoas, mas a Nina não é assassina, ou uma guerreira', responde a atriz, que também bebeu da fonte de romances como "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas, e "O Primo Basílio", de Eça de Queirós.

CARREIRA

Antes de Nina, Débora já interpretou tipos marcantes, como a riquinha viciada em drogas, na novela "O Clone" (2001), e uma deficiente mental no longa "Meu País" (2011), de André Ristum.

"Só uma atriz como Débora Falabella poderia abraçar uma personagem tão complexa e paradoxal como a Nina que, ao mesmo tempo, é doce e vingativa, apaixonada e obcecada", derrete-se o autor.

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