Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Festival de Toronto traz Snoop Dogg 'versão rastafári'

Documentário registra gravação do disco "Reincarnated" do rapper, durante um mês que passou na Jamaica

FERNANDA EZABELLA
ENVIADA ESPECIAL A TORONTO, CANADÁ

Snoop Dogg trocou os tiroteios e as prostitutas de seus raps nervosos pela malemolência do reggae paz e amor, numa viagem espiritual à Jamaica devidamente documentada e turbinada por cigarros gigantes de maconha.

Seu nome agora é Snoop Lion -ou pelo menos até ele terminar de divulgar seu novo álbum, "Reincarnated".

"É apenas mais uma página do meu livro, por favor aproveitem", disse o rapper de 41 anos a jornalistas do Festival de Toronto, no Canadá, onde ele apresentou o

documentário que leva o mesmo nome do disco e foi dirigido pelo editor da revista "Vice", Andy Capper.

Com um grupo de músicos "importados", incluindo Diplo e dois compositores, Snoop fez o álbum durante um mês de estadia na ilha, quando se converteu ao rastafári.

"Não falo um só palavrão no disco todo. Eles [produtores] pediam para eu fazer uns raps no meio das músicas, mas eu não queria", disse Snoop, que, no entanto, não pretende abandonar o gênero por completo.

"Como artista, entendo o business. Se os fãs quiserem Snoop Dogg, eu vou dar a eles Snoop Dogg."

Famoso nos anos 90 pelos "gangsta rap", quando era chamado de Snoop Doggy Dogg, o rapper aparece no filme sempre vestido com conjuntos da Adidas, visitando comunidades pobres de Kingston (capital da Jamaica) e fazendo tours em Trench Town, nas casas onde moravam Bob Marley e Peter Tosh.

Ao se encontrar com Bunny Wailer, ex-Wailers, Snoop ganha o apelido de Lion (leão) e o convida para fumar maconha californiana. Wailer canta numa faixa do disco, que traz canções como "La La La" e "No Guns Allowed".

"Sempre dizia a mim mesmo que eu era o Bob Marley reencarnado", disse Snoop em Toronto, todo de branco e boina reggae. "Queria descobrir como posso entrar na mente, no corpo e na alma das pessoas da Jamaica e não apenas roubar sua cultura, sua música e sair correndo."

30 SECONDS TO MARS

Bem mais pé no chão foi a apresentação de outro documentário musical, "Artifact", sobre o trio 30 Seconds to Mars. O que era para ser o registro de um álbum acabou virando um retrato da agonizante indústria musical.

Após dois discos de sucesso -e sem receber um tostão pelo trabalho-, o grupo tenta romper com a gravadora EMI, que move processo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 60 milhões) contra ele.

O filme aborda contratos exploratórios que as bandas são obrigadas a assinar hoje em dia, com entrevistas com executivos fora do mercado.

Para as fãs de Jared Leto, ex-ator e líder do trio, ele aparece tocando de pijama e sendo perfeccionista enquanto grava o novo disco "This is War", num estúdio improvisado em um casarão em Hollywood Hills. As cenas são intercaladas com conversas ao celular com seus advogados, durante meses, quando sofre para decidir se vira uma banda independente ou segue com a gravadora num contrato "tradicional".

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.