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Mostra compara obras brasileiras e britânicas

Concretismo nacional e construtivismo do Reino Unido são justapostos em exposição

DE SÃO PAULO

Enquanto artistas como Sérgio Camargo, Lygia Clark, Franz Weissmann e Luiz Sacilotto forjavam no Brasil as obras fundamentais do concretismo, algo parecido ocorria no Reino Unido.

Do outro lado do Atlântico, Anthony Hill, Jeffrey Steele, Stephen Gilbert e Mary Martin também transformavam quadrados, triângulos e esferas em abstrações carregadas de movimento e esculturas articuladas de metal.

Entre as décadas de 1940 e 1960, Brasil e Reino Unido estiveram mais próximos do que nunca na produção plástica. Lá, o contexto era a reconstrução do país depois da Segunda Guerra, enquanto o Brasil vivia o ciclo desenvolvimentista da era Kubitschek.

Uma mostra agora em cartaz no Centro Brasileiro Britânico põe essa afinidade formal em evidência, justapondo obras de alguns desses artistas em comparações que fazem repensar o peso do construtivismo no Brasil.

"Não foi uma convivência direta, mas movimentos que ocorreram em paralelo com ideias muito próximas", diz Maria Alice Milliet, curadora da mostra. "Há uma sintonia de ideias, todos eles partiram de princípios em comum."

Esculturas articuladas de Stephen Gilbert, por exemplo, lembram os célebres "Bichos" de Lygia Clark, formas metálicas que dobram e se desdobram no espaço físico.

Mary Martin constrói painéis e composições monocromáticas, todas brancas, que se confundem com as esculturas em mármore de Sérgio Camargo, composições também sem cor, de ritmo alternado entre reentrâncias e saliências na matéria bruta.

Milliet vê tanto nos brasileiros quanto nos britânicos uma tentativa de atualizar para aquele momento as proposições estéticas da Bauhaus, a escola alemã de arquitetura e design que foi fechada pelos nazistas nos anos 1930.

"Eles negam qualquer relação romântica com a arte do passado", diz Milliet. "A indústria era o caminho." (SM)

CONCRETOS PARALELOS
QUANDO seg. a sex., 10h às 19h; sáb. e dom.; 10h às 16h; até 2/12
ONDE CBB (r. Ferreira de Araújo, 741; tel. 0/xx/11/3039-0500)
QUANTO grátis

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