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Áudio revela ira de Caetano com a crítica há 38 anos

DE SÃO PAULO

Há muito material inédito de Caetano Veloso em cena à espera de edição oficial.

Além das versões integrais de shows editados parcialmente -como "Caetano e Chico", de 1972, e "Maria Bethânia e Caetano Veloso", de 78-, a reportagem ouviu dois outros registros importantes.

De 1980 vem a gravação do espetáculo "Cinema Transcendental". Além de canções autorais, Caetano interpreta "À Sombra de uma Árvore", de Hyldon, e "Dona Culpa", de Jorge Ben Jor.

Mas o registro mais revelador é de 1974, quando o cantor chegou a São Paulo com a turnê dos álbuns "Joia" e "Qualquer Coisa".

O clima estava pesado. A plateia pediu "Asa Branca" e ele se recusou a cantar. Começou um longo discurso contra "pessoas que não entendem absolutamente nada de música e que arranjam empregos em revistas e jornais e escrevem crítica". Até que alguém gritou um "Canta!".

"Eu canto quando eu quero!", retrucou. "Esse negócio de você pagar e entrar e eu acreditar nisso é tudo mentira. Eu uso isso pra poder ter transas legais, mas também, se não me interessar, eu jogo tudo fora. Não tem essa não."

E seguiu com o discurso inflamado, chamando Maria Helena Dutra (1937-2008), então jornalista da "Veja", de "coitada" e "analfabeta".

Reclamou também de Maurício Kubrusly, que teria escrito que "Caetano está triste, a MPB está amordaçada, não acontece nada, está um período sombrio". "Telefonei pra ele: Maurício, cê tá doente? O que houve?", disse.

Kubrusly afirma não se lembrar do episódio. "Mas Caetano sempre gostou dessa conversa, né? Isso é ele."

Ouça trecho do áudio
folha.com/no1151685

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