Trechos do diário

Sobre os Karamazov: Dostoiévski não devia crer em Deus. Também eu penso que não creio mais. "Creio, mas ignoro em quê".
Novembro de 1942

Rompendo ontem com X, atingi o final de um movimento que vem caminhando há muito tempo. Pensando hoje nos detalhes, imagino que talvez tenha sido injusto mas, ainda assim, não é mais tempo para recuar (...)
28 de fevereiro de 1951

Todas as vezes que um poeta se ocupa de política (...) ou é falso poeta ou falso político. (...) ambas as profissões são as que mais se prestam a todos os investimentos da simulação.
28 de abril de 1950

À noite com Sábato Magaldi que me pergunta "honestamente" o que achei da peça de Nelson Rodrigues. É claro, execrável.
9 de setembro de 1951

Leitura: Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos. Não tenho forças para gostar de livros assim -a modéstia do autor é falsa e o que ele viu e aprendeu durante o período de sua prisão, restrito e superficial.
7 de junho de 1958