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Coleção relembra dores e paixões da carreira intensa de Elza Soares

Álbum com maiores sucessos da sambista chega às bancas em 23/9

DE SÃO PAULO

Polêmica, divertida, sofrida. Elza Soares é uma personagem complexa da história da música brasileira.

Sua voz rouca e inconfundível é celebrada agora no nono volume da Coleção Folha Grandes Vozes, que chega às bancas no dia 23/9.

"Não Me Diga Adeus", "Mulata Assanhada ", "Devagar Com a Louça" e "Tristeza" são algumas das canções que compõem o álbum.

Nascida em 23 de junho de 1937, no Rio, filha de uma lavadeira e de um operário, Soares foi criada na favela de Água Santa. Cantava desde criança, com a voz grave e o ritmo sincopado dos sambistas de morro.

Aos 12 anos, a artista já era mãe e aos 18, viúva. Foi lavadeira e operária em uma fábrica de sabão e, aos 20, fez seu primeiro teste como cantora profissional.

"Era para eu ser muito dura ou pelo menos amarga. Mas não, sou feliz. Talvez seja essa a minha maior malandragem", disse certa vez em entrevista.

Em 1959, Elza Soares invadiu as rádios de todo o país ao gravar "Se Acaso Você Chegasse", samba provocativo que 21 anos antes já havia alçado o cantor Cyro Monteiro ao estrelato.

PAIXÃO E DOR

Vivendo intensamente, Elza Soares manteve sua carreira intimamente ligada a suas escolhas pessoais.

Em novembro de 1961, conheceu Mané Garrincha e com ele enfrentou o céu e o inferno da vida conjugal. Condenada publicamente pelo ocaso do ídolo do Botafogo, Elza enfrentou a ira dos fãs do jogador, que enviavam cartas anônimas e a ameaçavam constantemente.

Ao longo de sua trajetória, sobretudo nas décadas de 1960 e 1970, fez parcerias célebres com músicos do porte de Miltinho, Roberto Ribeiro e Wilson das Neves.

Após um leve ostracismo, Elza Soares passou a fazer uma série de novos espetáculos a partir dos anos 1990.

Gravou os celebrados "Trajetória" (1997) e "Carioca da Gema" (1999), além de seu primeiro DVD, "Beba-me", em 2008.

A letra de "Se É Pecado Sambar", composta em 1969 por Manuel Sant'Anna, talvez resuma sua carreira: "Se é pecado sambar/ A Deus eu peço perdão/ Eu não posso evitar/ A tentação".

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