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Televisão

Novela dos anos 80 atualiza briga lendária

Remake de 'Guerra dos Sexos' terá Tony Ramos e Irene Ravache no lugar de Paulo Autran e Fernanda Montenegro

Trama de Silvio de Abreu estreia em 1º de outubro e aborda questões como as conquistas da mulher

Daniel Marenco/Folhapress
Tony Ramos e Irene Ravache, que estão em "Guerra dos sexos"
Tony Ramos e Irene Ravache, que estão em "Guerra dos sexos"

FABIO BRISOLLA
DO RIO

O termo "remake" incomoda Silvio de Abreu, 69, autor da novela "Guerra dos Sexos", sucesso da TV Globo na década de 1980 que vai ganhar nova versão a partir de 1º de outubro.

"Tratar apenas como um remake não exprime o que vai ser", diz Abreu, que decidiu fazer alterações significativas nos capítulos da próxima novela das 19h. "Estou me arriscando a destruir um mito, o texto escrito há trinta anos que me tornou famoso. Corro mais riscos ao mexer no conteúdo, mas não tenho medo."

Permanece a trama principal da história, ambientada em São Paulo: a rivalidade entre Charlô e Otávio na disputa pelo controle de uma grande rede de lojas, interpretados por Fernanda Montenegro e Paulo Autran na trama de 1983.

O atual roteiro mantém a famosa briga entre os dois personagens, marcada por arremessos dos ingredientes de uma farta mesa de café da manhã. A cena já foi gravada por Tony Ramos, 64, e Irene Ravache, 68, escalados para a nova "Guerra dos Sexos".

"É um momento emblemático, que marcou a novela. Muitos não se lembram de 'Guerra dos Sexos', mas desta cena específica sim", diz Ramos, que ostenta bigode branco para seu personagem.

Inicialmente, Irene levou um susto com a escalação: "Fiquei honrada e feliz com o convite. Mas, ao mesmo tempo, pensei: 'Meu Deus, o papel da Fernanda'".

Para distanciar os dois da caracterização consagrada por Fernanda e Autran, o autor decidiu apresentá-los como sobrinhos dos protagonistas da primeira versão.

ATUALIZAÇÃO

Ao reescrever os capítulos, Abreu atualizou certos embates. Na primeira versão, por exemplo, a luta da mulher por espaço no mercado de trabalho era questão pertinente.

"Hoje as mulheres já marcaram posição. Até nosso país é presidido por uma mulher. É outra perspectiva", define Abreu, que pretende destacar o esforço do homem para recuperar o espaço perdido.

Bem-humorado, ressalva: "Não é um tratado de sociologia. Estamos fazendo uma comédia. O objetivo é fazer rir".

Ele pretende dar mais agilidade aos capítulos. E observa uma mudança na audiência da TV aberta.

"O telespectador de novela hoje está muito mais interessado em se divertir. O que segura o espectador não é uma história, mas os acontecimentos diários dentro dela. Coerência não é mais cobrada. A relação deixou de lado a razão para ser puramente emocional", avaliou Abreu, que evitou citar exemplos de tramas sem coerência na atual programação da Globo.

"O meu desafio será fazer com que razão e emoção caminhem juntas".

Exibida entre maio de 2010 e janeiro de 2011, a novela "Passione", trabalho anterior de Silvio de Abreu na Globo, registrou uma média final de 35 pontos de audiência, índice considerado modesto para o horário. "Avenida Brasil", por exemplo, está oscilando em torno de 38 pontos.

Reavaliando o resultado, ele afirma que "Passione" se distanciou da classe C, por trazer uma trama complexa demais, abordando questões empresariais e com muitas palavras em italiano.

"'Guerra dos Sexos' não terá esse problema porque é uma novela focada no relacionamento humano. Não é uma novela difícil de entender."

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