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Crítica / MPB

"Triz" é um disco feito por três protagonistas de mão cheia

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Quando André Mehmari resolve abrir as portas de sua casa, na Serra da Cantareira, em São Paulo, para receber amigos e registrar parcerias no seu Estúdio Monteverdi é sinal de que vem chumbo do grosso pela frente.

Foi assim em 2011 com Hamilton de Holanda, no arrebatador "Gismontipascoal", em tantos outros álbuns e, mais recentemente, com Mário Laginha. Agora, as epifanias são divididas com Chico Pinheiro e Sérgio Santos.

Classificações e rótulos à parte, "Triz" é um álbum pra lá de brasileiro feito por três protagonistas. Cada um deles cumpre sua função com brilho, seja como instrumentista, seja como compositor. Em qualquer uma dessas áreas de atuação, o trio dispensa apresentações, com unidade e muito bom gosto.

Dos 14 temas de "Triz", 12 são instrumentais, abarcando uma infinidade de gêneros. Há espaço para quase tudo ali: para o choro "Sim", com o perfume de um choro de Edu Lobo ou Francis Hime, e para a jobiniana "Riacho Grande".

Cabe também o samba ensolarado "Cesta de 3"; as jazzísticas e brasileiras, "Prana Prana" e "Zonzo"; a linda valsa "Enluavalsa"; e a etérea "Dezembro", com acentos e sotaques de Guinga.

Os arranjos e as interpretações de "Triz" são exemplares. E, além dos três cabeças, o álbum ainda conta com Edu Ribeiro, Guello, Neymar Dias e o italiano Gabriele Mirabassi, um dos mais respeitados clarinetistas do mundo.

Mesmo com toda a afinação e os belos timbres de Sérgio, Chico e Mehmari, o único porém do álbum fica a cargo do excesso de vocalizes. Os instrumentos poderiam cumprir tal papel, na melodia ou dobrando frases.

Por fim, o disco tem dois temas com letras: "Sim" e "Não". Entre a brincadeira maniqueísta, fiquemos com todo o "Triz". Um disco direto, sem pedantismos e, acima de tudo, carregado de sentimento. Chance de ver ao vivo no dia 27/10, no Sesc Belenzinho, e em 2 e 3/11, no Auditório Ibirapuera.

(LUCAS NOBILE)

*TRIZ *
ARTISTA André Mehmari, Sérgio Santos e Chico Pinheiro
GRAVADORA Buriti/Monteverdi
QUANTO R$ 25, em média
AVALIAÇÃO bom

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